terça-feira, janeiro 31, 2012

O Estado das coisas...

O Brasil foi o quarto pais a receber o maior volume de investimentos no mundo em 2011, superando todos os países da zona do euro e levando a América Latina a ter a maior expansão porcentual em todo o mundo, acima mesmo da Ásia. Os dados foram publicados pela Unctad, em Genebra, e destacam a expansão do consumo doméstico nacional e o tamanho do mercado como principais fatores que contribuíram para a atração de empresas de todo o mundo a investir no País. Pelos cálculos da Unctad, o Brasil recebeu US$ 66 bilhões no ano passado. A expansão da entrada de recursos no Brasil entre 2010 e 2011 também esteve entre as 10 maiores do mundo, com uma taxa de 35% e duas vezes superior à média mundial.

Tempo Real

O Instituto Ethisphere, que todo ano publica uma revista com as 100 personalidades mais influentes na promoção da ética, incluiu a presidente Dilma Rousseff no ranking de 2011. Dilma aparece na 42ª posição em uma lista que inclui líderes mundiais, ativistas, artistas e empresários de todo o mundo. Em primeiro lugar na lista, está o ativista social Anna Hazare, da Índia. A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, aparece na 58ª posição, pela "promoção de práticas saudáveis para crianças". Na publicação, a presidente Dilma Rousseff é descrita pela revista como uma governante que, no primeiro ano de mandato, adotou medidas para "encorajar a comunidade empresarial do Brasil" a participar de sua meta de erradicação da miséria e redução da desigualdade social.

Números do Futebol







quinta-feira, janeiro 19, 2012

Bunda de bebê

Imagine qual seria a reação geral diante da notícia de que um membro do Governo recebeu R$ 150 mil em adiantamento salarial para reformar o apartamento danificado pelas chuvas??? Ou se os órgãos de fiscalização constatassem "movimentações atípicas" de mais de R$ 855 milhões nas contas bancárias de políticos do PT??? 
Escândalo, CPI, demissões, cassações, condenação pública, convocação de protestos, diagnósticos de crise institucional, desmoralização, um bafafá!!! Com direito a manifestações do Poder Judiciário na sua condição de guardião da lei e nos últimos tempos muito mais falante e atuante na oratória de combate aos desmandos. Mas, como esses acontecimentos e muitos outros dizem respeito a distorções ocorridas no Judiciário, associações de magistrados e excelências de respeitável reputação agem como se contassem com a prerrogativa inamovível de estar coletiva e eternamente acima de qualquer suspeita, por mais suspeitas que possam parecer determinadas ocorrências. 
A partir da criação do Conselho Nacional de Justiça, a despeito da forte reação contrária, foram sendo revelados desvios de conduta em quantidade que chama atenção e inspira cuidados. A atuação da corregedora Eliana Calmon em sua necessária estridência deu publicidade a fatos que a reação corporativista alega contribuírem para levar a Justiça ao descrédito junto à população. Neste aspecto, muito mais deletérios são os argumentos de que as investigações do CNJ configuram uma ameaça ao Estado de Direito. Vale para condutas individuais ou para o que se poderia chamar de farra de pagamentos milionários a títulos diversos. Da mesma forma como estatísticos fazem qualquer coisa com números, juristas encontram nas leis justificativas para quaisquer ações e, com base nelas, falam de uma forma que, aos olhos dos comuns, soa como mera defensiva. A vantagem da Corregedora é exatamente abordar os problemas do ponto de vista do que é certo ou errado. Óbvio, observada a legalidade. Imprescindível também não descuidar da preservação da legitimidade dos atos. 
O caso do Juiz citado acima mais pelo que guarda de pitoresco é típico. Receber adiantamento para reformar um imóvel pode ser aceitável na iniciativa privada, onde o dono do dinheiro negocia e é de alguma forma compensado. Mas, no setor público qualquer desembolso requer critérios rigorososA começar pela transparência, sempre lembrada pelos magistrados em seus julgamentos, como um dos preceitos constitucionais exigidos à administração pública. LIMPE!!!

Sabe o Brasil...???

O Financial Times noticia que o Brasil "cortou mais os juros, pela quarta vez seguida", para 10,5%. Paralelamente, o BNDES, "que tem receita quatro vezes maior que a do Banco Mundial, anunciou redução em empréstimos no ano passado, num movimento que deve ajudar no esforço para baixar as taxas". Economistas acreditam que o governo quer usar a desaceleração como uma oportunidade para continuar a reduzir as taxas de juros reais do Brasil, que são as maiores entre as grandes economias. O FT posta que "todo mundo e suas avós investem no Brasil hoje em dia e finalmente o chanceler do Reino Unido, William Hague, veio ver o motivo de todo esse barulho". Ele se reúne em Brasília com o chanceler Antônio Patriota e o ministro da Defesa, Celso Amorim, e amanhã vai ao Rio para se encontrar com o governador Sérgio Cabral e o comandante da Marinha, Júlio Soares de Moura Neto. Vem discutir como "ampliar parcerias em áreas como energia", petróleo, além de fazer lobby para a venda de navios de guerra, para o pré-sal.
O NYT perfila Kareem Abdul-Jabbar, o lendário jogador de basquete, anunciado como embaixador cultural pela secretária de Estado, Hillary Clilnton. Ele vem ao Brasil no domingo "para uma missão de seis dias", visando "promover educação, tolerância racial e entendimento cultural entre os jovens ao redor do mundo". O mesmo NYT noticia que o site Peixe Urbano fechou rodada para novo aporte de venture capital, com Morgan Stanley, T. Rowe Price, General Atlantic e Tiger Global. Os recursos serão usados para pesquisa e desenvolvimento, inclusive e-commerce, para além das compras coletivas.
E o Wall Street Journal faz uma rodada com o noticiário de que no Brasil o Facebook passou o Orkut, mas este continua crescendo. De todo modo, "agora há apenas seis países onde o Facebook não é a rede principal: China, Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Polônia e Rússia".

quarta-feira, janeiro 18, 2012

Desmérito

A atitude da Standard & Poor's, que rebaixou as notas da França, da Áustria, da Espanha e da Itália, foi claramente intempestiva pelo seguinte:
1) Há claros sinais de um entendimento político e econômico mais profundo na Eurolândia;
2) Os EUA vão crescer em torno de 2,5%, com redução do desemprego;
3) O Japão aumentará seu crescimento acima de 1%;
4) A China mostra que seguirá aterrissando suavemente;
5) Os emergentes devem crescer entre 3% e 5%;
6) A taxa de inflação mundial esta mais comportada.
Na melhor das hipóteses, parece uma tentativa de protagonismo para tentar readquirir a credibilidade perdida com os seus dramáticos erros. Explicitou a terrível arrogância que envolve o sistema financeiro internacional, que se apropriou do poder político dos Estados e está estressando o sistema democrático.
O que mais pode significar a nota da S&P, quando nos informa que "as iniciativas tomadas recentemente por líderes europeus podem ser insuficientes para atacar problemas sistêmicos da área do euro", se não que os interesses que representa estão acima das leis e dos interesses dos cidadãos de cada país. E que as soluções democráticas que exigem tempo, habilidade e paciência são um estorvo?
A crise da Eurolândia é complexa. A resistência do governo grego à pressão dos seus antigos cúmplices, que já embolsaram as suas comissões, é apenas natural. O que não é natural é exigir que os governos que já não estão mais nas mãos que eles corromperam ignorem aquela complexidade para atender à sua impaciência.
A situação mundial apresenta os primeiros sinais de melhor perspectiva. Basta ver que o desemprego nos EUA caiu de 10% para 8% e que o capital financeiro encontra, por enquanto, refúgio nos mercados emergentes.
Nas primeiras duas semanas de 2012, as Filipinas colocaram US$ 1,5 bilhão em bônus de 25 anos à taxa de 5% ao ano; a Colômbia vendeu US$1,5 bilhão em bônus de 29 anos à taxa de 4,964%; a Indonésia vendeu bônus de 30 anos a 5,375%. No Brasil, o Tesouro e o setor privado colocaram nada menos do que US$ 2,6 bilhões. E os papéis do Tesouro pagaram 3,449%!
A equivocada decisão da S&P só pode trazer maior volatilidade se ela ainda tiver alguma imerecida credibilidade.