terça-feira, maio 31, 2011

Vitória Brasileira

Tive uma imensa satisfação lendo uma matéria do EstadãoO “economista que não complicaPaulo Nogueira Batista Júnior, depois de anos, conseguiu ver o FMI, no qual é representante do Brasil e de mais oito países, aceitar e chancelar aquilo que, pouco tempo atrás, era ali uma heresia: a necessidade do controle nacional sobre os fluxos de capitaisO Dr. Nogueira Batista sabe, porém, que mais que sua obstinada luta, foi a realidade que impôs esta aceitação. Tornou-se evidente que as economias em desenvolvimento não podem aceitar, nem sobreviver, a capitais flutuantes da ordem de centenas de bilhões de dólares se deslocando, sem controle, como aves migratórias, à procura de onde haja alimento para seus apetites, como se sabe bem vorazes. O controle de capital não é uma proibição de entrar, mas uma “cerimônia a casa dos outros”. Como uma visita que não ajuda na cozinha e, depois de se fartar, não ajuda com a louça suja. Como um cidadão, que tem que declarar quanto traz e quanto leva e, dependendo disso, deve pagar o imposto correspondente, também o capital não pode entrar e sair sem dizer a que vem e pagar por sua estadia. A história, inclusive a econômica, é feita por forças e vontades maiores que a de um simples ser humano. Mas os que nela, com sua capacidade e sua perseverança, agem sobre ela são aqueles que, disse um dia Brecht, são os insubstituíveis. Nogueira Batista, a quem a Folha dispensou ano passado como articulista, venceu num fórum muito maior que o dos “sabidos da Barão de Limeira”.

Quem é Rei, nunca perde a Majestade

Folha publica, meio na base do “folclore” que o ex-Rei da Soja Olacyr de Morais, tirou a “sorte grande” com uma licença de pesquisa em Barreiras, na Bahia, que teria descoberto jazidas imensas de tálio, um mineral, além de altamente tóxico e radiativo, é absolutamente estratégico para a produção de materiais especiais. A reserva descoberta pela Itaoeste, do empresário, é imensa, capaz de abastecer o mundo por seis anos. E é uma prospecção inicial. Só o Cazaquistão e a China têm este mineral. E a China já colocou barreiras à sua exportação. O tálio é essencial para a fabricação de supercondutores, que têm aplicações tão diversas quanto permitir a transmissão de energia com baixas perdas até a fabricação de células fotoelétricas e em medicina nuclear para diagnosticar doenças coronarianas. Era utilizado, e foi banido, como veneno de ratos e para matar ex-espiões da KGB. Sua capacidade de contaminação ambiental é imensa. Custa “apenas” R$ 10 mil o quilo. Uma jazida imensa de algo assim pode ser explorada apenas com interesses e métodos comerciais??? Não é uma minazinha qualquer. E não pode ser explorada como se fosse. Precisa, no mínimo, de rigorosa segurança e supervisão e de controle sobre a extração. Vamos ter muitos debates sobre isso na Congresso!!!

Superação

Com uma carga tributária de dar inveja a governos socialistas, uma burocracia capaz de tirar do sério monges tibetanos e taxas de juros que assustariam até o Mike Tyson, o Brasil tem um longo histórico de repressão aos empreendedores. Não que nós brasileiros tenhamos algum defeito de fabricação que nos impeça de empreender. Pelo contrário. O jeitinho brasileiro nada mais é do que uma mutação de empreendedorismo que não teve como aflorar. Com a legislação e a economia jogando contra, só um louco para abrir uma empresa no Brasil. Ainda na primeira metade desta década, quando o mar econômico já estava bem menos revolto que no período hiperinflacionário, metade das empresas montadas no País morria antes de completar seu segundo ano de vida. Enquanto isso, nos EUA, quem quisesse montar uma empresa encontrava legislação favorável, crédito farto e uma cultura que, ao contrário da brasileira, valoriza as tentativas, mesmo as malsucedidas. Não por acaso, os EUA se tornaram a meca do empreendedorismo. Gradualmente, tudo começou a mudar. Na virada do milênio, estourou a bolha da Nasdaq, destruindo o sonho de milhares de empresas que queriam se tornar a próxima Microsoft. Com elas foram embora milhares de chineses e indianos, que chegaram a ser 40% dos funcionários das empresas pontocom do Vale do Silício, na Califórnia. Sem empregos e oportunidades, eles fizeram as malas e foram empreender em seus países. Em 2008, a explosão da bolha imobiliária e a consequente crise financeira complicaram mais a vida dos que tentavam montar um negócio nos EUA. De lá para cá, estima-se que a mortalidade das empresas americanas em seu primeiro ano de vida, tradicionalmente próxima a 15%, dobrou. Enquanto isso, nosso manco capitalismo tupiniquim começou a funcionar aos trancos e barrancos, alimentado pela fome asiática por nossas matérias-primas e, nos últimos anos, depois que os bancos centrais dos países ricos inundaram o mundo de dinheiro, por uma ampla disponibilidade de capitais. Com maior penetração nos principais focos recentes de crescimento brasileiro, nossas micro e pequenas empresas começaram a florescer. Nos últimos 12 meses, quase 80% dos 2,5 milhões de empregos criados no Brasil vieram delas. São principalmente elas que atendem os 55 milhões de brasileiros que emergiram das classes D e E nos últimos cinco anos. MPEs têm maior presença no interior, que, na carona do agronegócio, vem crescendo mais do que as capitais. As MPEs concentram-se nos setores de varejo e serviços, que têm liderado nosso crescimento. Até o crédito, antes desconhecido pelas MPEs, começou a dar as caras. Como consequência, a mortalidade de nossas empresas nos seus dois primeiros anos despencou para 22% e é hoje inferior à das dos EUA. Tudo isto sem que nossas mazelas estruturais fossem resolvidas. Isto me faz pensar no que aconteceria se o governo parasse de atrapalhar: acabasse com a burocracia para abertura e fechamento de empresas, reduzisse impostos e cortasse gastos, permitindo que os juros caíssem.

quarta-feira, maio 25, 2011

Belíndia

Informações recentes sobre a acentuada redução da desigualdade no País, somadas aos números do Censo 2010, que mostram um Brasil mais velho, mais alfabetizado e com uma população que cresce mais devagar, obrigam-nos a reconhecer significativos avanços sociais. E nos colocam diante de uma questão, no mínimo, oportuna: por onde anda a Belíndia, país fictício que, há mais de 30 anos, era o retrato de um Brasil heterogêneo e injusto, marcado por arrocho salarial e concentração de renda??? Para quem não se lembra, o termo Belíndia surgiu em 1974, criado pelo economista Edmar Bacha, ex-presidente do BNDES, um dos "pais" do Plano Real. Eram os tempos do chamado "milagre brasileiro" e a sociedade começava a avaliar as heranças dos militares, confirmando as suspeitas de que tínhamos, de fato, uma vergonhosa distribuição de renda. À época, Bacha inventou o termo Belíndia, uma mistura da pequena e rica Bélgica cercada por uma gigante e paupérrima Índia (de então), que se tornou uma metáfora para as desigualdades do Brasil. De lá para cá, o País teve altos e baixos e muita coisa mudou, mas sempre com democracia. A inflação atingiu picos históricos no final dos anos 1980 e os índices de desigualdade cravaram seu maior nível na década de 1990. Depois, com inflação controlada e economia crescendo de maneira estável, o Brasil pobre, jovem e analfabeto de 30 anos atrás começou, lentamente, um dos processos mais importantes de sua História: a conversão dos ganhos econômicos em ganhos sociais. Não por acaso, o Brasil do Censo 2010 é mais velho, tem menos analfabetos, uma grande classe média e cresce mais devagar, a mesma tendência há muito observada nos países desenvolvidos. O IBGE registra que, entre 2000 e 2010, crescemos 1,17% ao ano, a taxa mais baixa da história do Censo, iniciado em 1872. O País cresceu menos, mas de forma distinta, nas diferentes regiões e rumo às cidades médias. O Norte e o Centro-Oeste tiveram maior aumento de população, impulsionado pela oferta de trabalho decorrente do agronegócio, das atividades extrativistas, da indústria petrolífera e das grandes obras. O desenvolvimento econômico e a geração de empregos, mais distribuída no País, reduziram o fluxo de trabalhadores em direção aos grandes centros do Sul-Sudeste. O melhor exemplo dessa mudança está na Região Metropolitana de São Paulo, tradicional polo de atração de migrantes, que entre 2000 e 2010 registrou movimento inverso, de êxodo migratório. E por anda o País campeão de desigualdade??? Não nos enganemos: mantém níveis ainda alarmantes de desigualdade, mas em queda contínua e expressiva. Em oito anos, na Era Lula, reduzimos a pobreza em 50,64%, segundo pesquisa do economista Marcelo Neri, da FGV. A taxa de desigualdade, medida pelo índice de Gini, ficou em 0,5304 em 2010, a menor desde 1960. Na última década, a queda na desigualdade ocorreu, principalmente, pelo crescimento da renda dos mais pobres, e não pela queda da renda dos mais ricos: a renda dos 50% mais pobres aumentou 68%, enquanto a dos 10% mais ricos teve aumento de 10%. Ou seja, os mais ricos vivem num país relativamente estagnado, enquanto os mais pobres experimentam um crescimento chinês, com a vantagem de que a economia brasileira cresce menos, mas com melhor qualidade, em relação à China. Todas essas são conquistas importantes, que retratam um novo Brasil, comprometido com uma política de inclusão e disposto a liquidar uma enorme dívida social, resultado de décadas de investimentos errados e insuficientes. Neste resgate não existe passe de mágica, ao contrário, a previsão do economista da FGV é de que levaremos cerca de 30 anos para equalizar o país. Estamos no caminho certo e, aos poucos, deixamos para trás velhas chagas, rumo a um cenário de equilíbrio social e econômico. E chegará o dia em que a fábula de Belíndia será apenas isso: uma fábula, que contaremos às nossas crianças.

terça-feira, maio 24, 2011

Cápsula da Cultura

Da BBC


A Fifa está impedindo a divulgação de um documento que revela a identidade de dois dirigentes da Fifa que foram forçados a devolver dinheiro de propinas em um acordo para encerrar uma investigação criminal na Suíça no ano passado. Uma reportagem do programa de televisão Panorama, da BBC, apurou que um dos dois dirigentes é o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que integra também o Comitê Executivo da Fifa. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, que tentará ser reeleito para o cargo no próximo dia 1º de junho, declarou recentemente a adoção de uma política de tolerância zero para casos de corrupção. No entanto, advogados que atuam em nome da Fifa estão contestando a decisão de um promotor de Zug, cidade no nordeste da Suíça, que determinou a divulgação de detalhes do caso. O acordo encerrou uma investigação sobre propinas pagas a altos dirigentes da Fifa na década de 1990 por uma empresa de marketing esportivo, a ISL. Até sua falência em 2001, a ISL comercializava os direitos de televisão e os anúncios publicitários da Copa do Mundo para anunciantes e patrocinadores. No ano passado, o Panorama acusou três integrantes do Comitê Executivo da Fifa, que escolhem as sedes das Copas do Mundo, de receber propinas da ISL. Além de Teixeira, foram citados o paraguaio Nicolas Leoz e o camaronês Issa Hayatou. Pagamentos feitos aos três dirigentes estavam em uma lista secreta obtida pelo Panorama de propinas pagas a dirigentes esportivos pela ISL em um total de US$ 100 milhões. A lista de pagamentos incluía uma empresa de fachada em Liechtenstein, chamada Sanud, que recebeu um total de US$ 9,5 milhões. Uma investigação do Senado brasileiro em 2001 concluiu que Teixeira tinha uma relação muito próxima com a empresa. O inquérito descobriu que fundos da Sanud haviam sido secretamente desviados para Teixeira por meio de uma de suas companhias. O jornalista suíço Jean François Tanda, que requisitou a divulgação de detalhes do acordo na Justiça, diz que a Fifa está atrasando a liberação do documento ao “esticar os prazos, um após o outro”. “A meta agora é evitar que a decisão seja divulgada antes do fim de maio ou do começo de junho”, quando a eleição para presidente da Fifa será realizada, diz Tanda. Além de Ricardo Teixeira, a investigação do Panorama cita o ex-presidente da Fifa João Havelange e conclui que a decisão da promotoria suíça ao encerrar o caso também aponta que a Fifa falhou em coibir o pagamento de propina. Blatter teria conhecimento de casos de propinas pagas a colegas do Comitê Executivo da Fifa pelo menos desde 1997,quando um suborno de US$ 1 milhão destinado a Havelange, então presidente da Fifa, foi enviado por engano para a entidade. Tanto Ricardo Teixeira como João Havelange se recusaram a responder perguntas feitas pela BBC. A Fifa se recusou a comentar alegações específicas e se limitou a reafirmar que, em relação ao acordo com a promotoria suíça, o caso está encerrado.

Tijolaço

Eu já sabia que os supostos arquivos das FARC´s, usados sem o menor pudor pela imprensa brasileira para fazer as mais graves acusações haviam sido rejeitados pela Justiça da Colômbia. Hoje, o Opera Mundi faz revelações ainda mais graves. Revela que, de acordo com telegramas diplomáticos vazados pelo Wikileaks, aquilo foi uma montagem que envolveu o governo colombiando e o fornecimento de dinheiro ao “instituto” que fez o exame “pericial” dos discos de computado supostamente apreendidos no ataque a um acampamento da guerrilha colombiana, no Equador. “Uma série de despachos publicados pelo jornal colombiano El Espectador informou que a administração Uribe utilizou “estrategicamente” o material que foi entregue a vários países e “que inclusive conseguiu fundos privados para que um organismo estrangeiro direcionasse às conclusões”. O trecho se refere ao relatório do Instituto de Estudos Estratégicos “Dossiê das FARC: os arquivos secretos de Venezuela, Equador e Raúl Reyes”, publicado este mês.” Leia a matéria completa no Opera MundiPorque na imprensa brasileira, a que acusa um presidente eleito de um país vizinho de ser mandante de assassinatos, você não vi ler nada.

segunda-feira, maio 23, 2011

Pedido o impeachment de Gilmar Mendes

Acompanhado de um robusto relatório, o pedido de “impeachment” do Ministro Gilmar Mendes foi apresentado pelo advogado Alberto de Oliveira Piovesan. Embora em torno do pedido tenha-se determinado “sigilo”, o assunto caiu como uma bomba no Senado. Grande parte dos senadores encontra-se processados perante o STF. Na petição, o comportamento de Gilmar Mendes é duramente questionado. Principalmente sua relação com o advogado Sergio Bermudês. Seu escritório de Advocacia, além de empregar a esposa de Gilmar Mendes, teria patrocinado diversas viagens do Ministro ao exteriorOs fatos narrados são gravíssimos e demonstram o quanto o Poder Judiciário esta contaminado por práticas questionáveis. A documentação, as provas e as testemunhas arroladas são de auto teor explosivoDeputado Protogenes Queiroz, Desembargador Fausto De Sancts, jornalista Luiz Maklouf Carvalho, policial federal Jose Ricardo Neves e advogado Dalmo de Abreu Dallari. Nos termos da lei nº 1079, depois de protocolado o pedido de “impeachment”, o presidente do Senado, deverá criar uma comissão processante formada por senadores que emitiram parecer sobre o pedido que sera submetido à aprovação do Plenário. Se aceito o pedido, abre-se o procedimento de “impeachment”. A assessoria de imprensa da Presidência do Senado informou que o pedido foi encaminhado para a  Assessoria Jurídica que deverá assessorar a presidência na tramitação da matéria. Em procedimento semelhante e anterior, em relação ao Procurador Geral Aristides Junqueira na década de 80, o presidente adotou o mesmo critério. Cópia da petição acompanhada de toda a documentação foi entregue também ao Presidente da OAB. 

Cápsula da Cultura

Má notícia é a maior diversão

Deve ter alguma coisa a ver com o alinhamento de Mercúrio, Vênus, Marte e Júpiter com a Terra no céu de maio. De uma hora pra outra, a temperatura caiu, o Dr. Palocci ficou rico, o diretor do FMI atacou uma camareira, o Schwarzenegger anunciou que teve um filho com a empregada, a implosão do Mané Garrincha não deu certo, o cineasta Lars von Trier declarou-se fã de Hitler, Júlio Medaglia foi readmitido na Clutura, Donald Trump desistiu de concorrer à Presidência dos EUA, deu a louca no mundo! Não sei se existe algum estudo sobre a influência dos astros no teor do noticiário, mas há muito tempo os jornais não surpreendiam tanto seus leitores quanto nas últimas três semanas. Do “enterro” relâmpago de Bin Laden, logo no primeiro dia do mês, à estreia do beijo gay na teledramaturgia brasileira, o metrô virou coisa de pobre em São Paulo e a Câmara do Rio desistiu da compra de carros de luxo para vereadores. Tem sido um susto atrás do outro! Esta semana, do nada, Sérgio Cabral liberou publicamente o uso de farda e de carros oficiais por homoafetivos da PM e do Corpo de Bombeiros do Rio na Parada Gay de Copacabana. Dia seguinte, a emenda de um oficial indignado saiu pior que o soneto do governador em manchete de duplo sentido: “Homem meu não vai!” Pode? Naquela mesma tarde, a rainha da Inglaterra foi vista saindo de uma cervejaria na Irlanda, Rivaldo fez as pazes com Carpegiani, o boato da gravidez da primeira-dama Carla Bruni se confirmou, pela primeira vez a Globo perdeu no Ibope da manhã para a Record. Quando a gente pensou que já tinha visto de tudo em maio, o MEC invadiu o noticiário para anunciar a abolição dos erros de português. Tomara que junho chegue logo, né?

sexta-feira, maio 20, 2011

Gregos chamem o FHC

O jornal El País publica a crise de sinceridade do ministro holandês da Economia, Jan Kees de Jager,  que condicionou a ajuda econômica à Grécia à venda de todo o patrimônio público do país. De Jager disse que “não dará um centavo” se os gregos não concordarem em  privatizar “tudo o que puderem privatizar”, citando aeroportos, estradas, e empresas de energia. "Imagino que os gregos não vão gostar nada do que eu digo, mas a mim não importa que gostem". E ainda brincou, se é possível brincar com um país em desespero, dizendo que as imposições podem ser duras, mas que não estão “exigindo que os gregos vendam a Acrópole”, referindo-se às ruínas da Atenas clássica, um dos maiores patrimônios da humanidade. Não, “mas quase”.

Reflexões de Fidel

Aos quase 85 anos, os olhos de Fidel Castro estão abertos para o mundo. Leia o texto que ele publicou agora:

A insustentável posição do império

Ninguém pode garantir que um império em agonia não arraste o ser humano para o desastre. Como se sabe, enquanto existir a vida de nossa espécie, cada pessoa tem o sagrado dever de ser otimista. Eticamente outro comportamento não seria admissível. Lembro-me bem um dia, quase 20 anos, disse que havia uma espécie em perigo de extinção: o homem. Antes de um seleto grupo de governantes burgueses, bajuladores do império, incluindo a massa imensa de bem-alimentados, da Alemanha, Helmut Kohl, e outros de sua estirpe,  que fizeram coro a Bush pai -  menos alienado do que seu próprio filho George W. Bush – não poderia deixar de expressar aquela verdade que via como muito real, ainda que ainda mais distante que hoje, o mais honestamente possível. Ao ligar a TV, porque alguém me disse que Barack Obama faria o seu discurso sobre política externa, prestei atenção às suas palavras. Eu não sei por que, apesar das pilhas de despachos e das notícias que ouço todos os dias, em nenhum deles vi a notícia de que ele falaria a essa hora. Posso assegurar aos leitores que não são poucos os disparates e mentiras, que leio, ouço ou vejo em imagens todos os dias, entre verdades e fatos dramáticos de todos os tipos. Mas este caso foi algo especial. Deveria dizer "o cara", nesta hora, neste mundo agoniado com os crimes imperiais, os massacres e os aviões sem pilotos jogando bombas mortíferas, que nem mesmo Obama, agora o dono de certas decisões de vida ou morte, imaginaria  como um estudante de Harvard faz só algumas dezenas de anos? Ninguém suponha que, é claro, que Obama é o dono da situação, só lida com algumas palavras importantes que o velho sistema deu originalmente ao “presidente constitucional” dos EUA. Neste momento, após 234 anos da Declaração da Independência, o Pentágono e a CIA controlam os principais instrumentos que o  poder imperial criou: a tecnologia para destruir a humanidade, em questão de minutos, e os meios para penetrar nessas sociedades, enganar e manipulando descaradamente o tempo necessário, pensando poder do império não conhece limites. Confiança para lidar com um mundo dócil, sem qualquer perturbação, todo o tempo futuro. É absurda a idéia, em que fundamentam o mundo de amanhã, como o  “reino da liberdade, justiça, igualdade de oportunidades e direitos humanos”. Por que são  incapazes de ver o que realmente acontece com a pobreza, a falta de serviços básicos educação, saúde, emprego e algo pior: a satisfação das necessidades básicas como comida, água, abrigo e muitas outras. Curiosamente, alguém poderia perguntar, por exemplo, o que acontece com as 10 mil mortes por ano causadas pela violência relacionada às drogas, principalmente no México, ao que se pode adicionar os países da América Central e vários dos mais populosos do sul do continente? Eu não guardo em mim qualquer intenção de ofender essas pessoas, o objetivo é apenas para destacar o que acontece com os outros quase diariamente. Uma pergunta  tem-se de fazer quase que imediatamente: o que acontece na Espanha, onde as massas protestavam nas principais cidades porque até 40% dos jovens estão desempregados, para citar apenas uma das causas das manifestações desse povo combativo ? Será que eles vão começar a bombardear este país da Otan? No entanto, a esta hora não foi publicado na versão oficial em espanhol do discurso de Obama. Espero que me perdoem por esta reflexão improvisada. Eu tenho outras coisas que me ocupar.

quinta-feira, maio 19, 2011

Tijolaço

Uma colônia se faz com mentes colonizadas


A Velha Imprensa Golpista

O Globo só falta soltar fogos para “a notícia que ainda não ocorreu”  do corte de US$ 35 bilhões nos investimentos da Petrobras nos próximos quatro anos. Veja que primor de redação e repare nos detalhes que eu sublinho:
“O Conselho de Administração da Petrobras exigiu que a empresa revise seu Plano de Negócios para o período 2011-2015 e corte cerca de US$ 35 bilhões em investimentos, segundo fontes da estatal. O pedido foi feito na sexta-feira passada em reunião do Conselho em São Paulo e foi acompanhado de orientações expressas por parte do governo federal para que a companhia não aumente os preços da gasolina e do diesel. O objetivo é conter a escalada da inflação. As vendas desses dois combustíveis representam cerca de 60% da receita da Petrobras. Sem poder reajustá-los, a empresa terá menos recursos disponíveis para realizar seus investimentos. Daí a necessidade do corte.”
Como se vê, não há decisão tomada, mas já “virou fato”. A matéria peca no fato e na razão do fato.  jornal Extra reproduziu, semana passada, uma matéria do Valor Econômico, veja só: "O aumento da cotação do petróleo elevou as receitas da Petrobras em US$ 1,94 bilhão, isso somente com as exportações realizadas e com a venda da produção realizada no exterior, já que os preços no mercado interno não foram reajustados". O problema essencial não está, portanto, aí. O que o Governo quer é uma distensão nos prazos do investimento, preocupado com a injeção rápida de mais demanda na economia. E quer que a Petrobras seja, como deve ser, parceira deste esforço. Mas daí a dizer que o Governo vai deixar de lado a expansão do parque de refino brasileiro, é uma rematada tolice. Primeiro, porque a demanda interna já está exigindo que nossas atuais refinarias trabalhem em carga máxima. Logo, não aumentar a capacidade de refino significaria nos tornarmos importadores constantes de derivados de petróleo, e lá se iam os nossos esforços para melhorar o saldo comercial. Segundo, porque é desconhecer o que a própria Presidenta destacou como prioridade de seu Governo, já em sua primeira entrevista depois de eleita: “Outra obra que já passou da terraplenagem e iniciou as grandes instalações é a refinaria Abreu e Lima e as duas premium, que são cruciais para o pré-sal. Porque nós não podemos ser exportadores de óleo bruto, porque se a gente for exportador de óleo bruto, nós vamos perder muito dinheiro. Nós temos de ter duas refinarias Premium não por uma mania de grandeza, como algumas vezes a oposição falou da Petrobras, mas por uma estratégia. Por que é que você tem de refinar? Você tem de refinar porque quando se refina, o preço do petróleo sobe mais que o custo do refino e te permite entrar em outra área delicada, que é a petroquímica.” Portanto, o que Dilma falou sobre as refinarias está aí, claro e gravado. Você pode ouvir aquiO resto é desejo da mídia de “fabricar” uma política para a Petrobras que não é a política do Governo. 
Chegou a meu conhecimento uma nota da Petrobras, que reproduzo: "A Petrobras esclarece sobre notícias divulgadas na imprensa sobre a revisão do seu Plano de Negócios: Conforme afirmou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Almir Barbassa, e de acordo com comunicado divulgado ao mercado, o Conselho de Administração da Petrobras solicitou aos executivos da Companhia estudos e análises adicionais para o PN 2011-15. Segue a frase textual do diretor: “nós fomos demandados pelo Conselho de Administração para reexaminar, prosseguir com estudos de sensibilidade. Um desses estudos incorpora a redução do investimento, mas não é a única questão a ser examinada, existem diversas variáveis em estudo. Como dito, nós faremos as análises de sensibilidade, apresentaremos ao Conselho, e a decisão será tomada.” Qualquer número em relação aos investimentos previstos ou informação a respeito de detalhes do Plano são mera especulação."

quarta-feira, maio 18, 2011

Petrobras

A Petrobras divulgou a constituição da Sete BR, uma empresa formada para assumir, em conjunto com o Estaleiro Atlântico Sul a contrução de sete navios-sonda destinados à exploração do pré-sal. O assunto mereceu pouca importância na imprensa, mas os números envolvidos nesta transação mostram que ela é um dos maiores negócios do mercado de construção naval. A encomenda soma US$ 4,6 bilhões, cerca de de US$ 662 milhões por sonda. E as sete encomendadas são apenas um quarto das 28 previstas para o plano de prospecção e exploração do pré-sal. E este resto está deixando louco o mercado mundial de sondas de perfuração de poços de petróleo, como registrou a Agência ReutersElas pressionam, alegando que, compradas no exterior, as sondas custariam cerca de US$ 500 milhões. É o argumento “Agnelli” que justificou a compra dos supergraneleiros na China e na Coreia e que deixou fulo da vida o ex-presidente Lula. Para eles, é claro, não importa que um investimento deste porte gere emprego, renda, impostos e, sobretudo, tecnologia e melhoramento em nossa indústria. A Petrobras está avaliando o processo de contratação das outras 21 sondas. O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, admite que, inicialmente, sondas e navios custam mais no Brasil, mas tendem a convergir para os preços internacionais com o passar do tempo e o avanço das encomendas. É compreensível a pressa. O aluguel de navios-sonda é caríssimo. O Deepwater Discovery, tinha aluguel diário de 425 mil dólares, segundo a Veja. Portanto, a construção de uma nave assim se paga em pouco mais de três anos. Vamos torcer para que a Petrobras, como ajudou na formação do consórcio Sete BR para estas sonda iniciais, encontre a forma de fazê-las todas aqui. E, se não encontrar, que a Presidenta Dilma, como Lula queria fazer no caso da Vale, bata o martelo: façam aqui, porque é deste povo e deste país o petróleo que ela vai buscar.

Cápsula da Cultura

Toda Mídia

"Não há dúvida de que os emergentes estão cada vez mais poderosos", escreveu o "New York Times", sobre o estudo do Banco Mundial que "prevê que, em 2025, China, Brasil, Índia, Indonésia, Coreia do Sul e Rússia representarão mais da metade do crescimento global". A estatal Voz da América foi na mesma linha, "Emergentes alimentarão crescimento global". Já o "Financial Times" destacou, no enunciado, que o "Banco Mundial vê fim da hegemonia do dólar" em 2025, com o yuan chinês atingindo igual estatura, "mudança comandada pela força dos emergentes". No "Valor", "Brasil e mais cinco emergentes ganham peso na economia". O noticiário de FMI se voltou para as "Manobras na sucessão do chefe preso", chamada do "NYT", que relata o esforço europeu e diz que, "pela primeira vez, há chance real de ir para um país não ocidental, refletindo a mudança na economia global". Destaca o inquérito contra a candidata francesa, diz que o Fundo "não precisa de mais controvérsia" e cita que dois novos nomes surgiram na Alemanha. Anota que a China cobrou uma escolha "transparente e baseada no mérito". Foi o destaque do "Wall Street Journal", com a chamada "Ásia deve ganhar papel maior no FMI", talvez o posto de vice, para Zhu Min. E o estatal "China Daily" postou, sobre a "batalha da sucessão", o texto "Crise no FMI abre a porta para os emergentes". Na manchete do "FT", a pressão europeia e uma autoridade brasileira dizendo que "Índia ou Brasil seriam boas opções". Lembrado para o cargo, Mohamed El-Erian escreveu no "FT" que não quer, "já tenho um grande emprego, na Califórnia". Mas enfatizou desde o título que o "Processo feudal do FMI precisa mudar", cobrando o conselho do Fundo: "Especificamente, o posto de diretor-gerente deve ser aberto a todas as nacionalidades. A tradição não serve a propósito consistente com o multilateralismo e a eficiência." Ecoou dos jornais franceses para o mundo a suspeita de que a prisão de Dominique Strauss-Kahn, presidenciável socialista, seria complô de seu adversário, Nicolas SarkozyMas o "NYT" anotou que a armadilha só funcionaria com a "predisposição" de Strauss-Kahn, que, no dizer do "Libération", "sabia que era o seu pior inimigo". O "China Daily" seguiu a comitiva empresarial que viajou ao Brasil com o ministro chinês do comércio, Chen Deming, para reuniões com Fernando Pimentel e Antonio Patriota. No título de um dos despachos, "China e Brasil se abrem mais um para o outro". Em reportagem de Pequim, destacou que a "China busca estimular o consumo interno e planeja importar uma maior variedade de produtos para equilibrar seu comércio". Em meio ao foco no Brasil, postou até relato de Roberto Ferreira Jr., "Um cara brasileiro vivendo na China".  No "FT", "Explosão no preço da habitação levanta temores de bolha no Brasil", exemplificando com as casas do morro Santa Marta, no Rio, que teriam quase dobrado em dois anos. Em outro texto, avalia que o resultado dos grandes bancos "esconde" problemas de instituições menores como PanAmericano e Morada.

Hidrovia Tietê-Paraná

Está acertada a assinatura de um convênio entre os governos Federal e de São Paulo para investir mais de R$ 1 bilhão na hidrovia Tietê-Paraná. Com o investimento, o volume de transporte em 800 quilômetros da hidrovia deverá saltar de 5 milhões de toneladas em 2010 para mais de 8 milhões de toneladas, prevê o Dnit. Segundo a Secretaria de Transportes, os investimentos vão poder triplicar o potencial de carga, para mais de 10 milhões de toneladas até 2014. A hidrovia liga cinco estados com maior produção agrícola do país e transporta principalmente milho, soja, óleo, madeira, carvão e adubo. O dinheiro – R$ 623 milhões do governo federal e R$ 393 milhões de São Paulo – será aplicado na eliminação de gargalos até 2014. Para elevar esse potencial de transporte de produtos agrícolas os investimentos serão feitos principalmente em derrocagem, dragagem, reforma de eclusas e proteção dos pilares, além da ampliação dos terminais existentes e implantação de novos terminais. Além disso, o calado do rio nos momentos de seca mais intensa terá profundidade mínima de 3 metros, enquanto que hoje está em cerca de 2,5 metros. Com um calado maior, que é a distância entre a superfície da água e o fundo da embarcação, aumenta o porte dos veículos que podem circular pela hidrovia.  Esses investimentos, portanto, devem diminuir o tempo e os custos de viagem. Segundo o Dnit, apenas a expansão de vãos em quatro pontes que cruzam a hidrovia vão permitir o tráfego de composições de até quatro barcaças e vão acelerar as viagens em até duas horas por ponte, além de diminuir em cerca de 20% os custos. O convênio de R$ 1 bilhão que vai ser assinado pela presidenta Dilma Rousseff e pelo governador Geraldo Alckmin nos próximos dias faz parte de um plano de longo prazo para investimento de R$ 16 bilhões, que elevaria o potencial navegável da Tietê-Paraná para 2,47 mil km. Segundo cálculos da CNT, o transporte por hidrovias costuma ser cinco vezes mais barato que o rodoviário e três vezes mais econômico do que o ferroviário. Ainda conforme a CNT, o Brasil tem 42 mil km de vias navegáveis, mas aproveita apenas 8,5 mil km desse potencial. Para São Paulo, a adoção mais intensa de hidrovias colabora para desafogar o trânsito em estradas, o que leva a uma economia para manutenção das rodovias e permite a redução de preços de pedágio. Além disso, reduz-se a emissão de mais de 20 milhões de toneladas de dióxido de carbono, o que contribui para o combate ao aquecimento global.

sexta-feira, maio 13, 2011

Vergonha

Mais uma vez o São Paulo foi eliminado de uma competição e a resposta não demorou, ainda em Florianópolis torcedores protestaram contra o time. Um bando cercou o ônibus com os jogadores e precisou ser contido pelos policiais. Os muros do CT amanheceram pichados. A raiva se volta contra os jogadores e o treinador. Como de hábito, as vítimas usuais. Enquanto isso, os verdadeiros responsáveis seguem tranquilamente suas trajetórias: os dirigentesA gestão do Presidente Juvenal Juvêncio, que permanece no poder graças a um golpe contra o espírito do Clube, teve sua boa fase encerrada em meados de 2008. Desde então é uma sucessão de decisões erradas em todos os sentidos. Em 2008, o clube ainda foi campeão brasileiro, título conquistado pela terceira vez consecutiva. Poucos meses depois, o treinador, Muricy Ramalho, foi defenestrado de forma sumária e deselegante. Como é de seu feitio, sem ouvir ninguém, se é que há alguém que mereça ser ouvido na direção são-paulina, o presidente contratou Ricardo Gomes, um técnico que não estava à altura do desafio. Deu no que deu. Seguindo uma linha absolutista, cultivada com esmero e admirada por incautos graças aos resultados do passado, o Presidente, diante dos resultados demitiu Gomes e contratou Paulo Cesar Carpegiani. Um grande jogador, um craque, mas como treinador é um fracasso. Conquistou um título expressivo em 1981, há 29 anos e, desde então, mais nada. O resultado foi visível no jogo da Ressacada. Mesmo com a vantagem da vitória na primeira partida, e mesmo saindo na frente no marcador, o São Paulo não soube segurar o Avaí e foi derrotado de forma acachapante, perdido em campo, livrando-se de sofrer uma goleada como o Palmeiras. Carpegiani, entretanto, está no São Paulo porque foi contratado. Pelo mesmo dirigente que contratou algumas baciadas de jogadores que só serviram para levar a folha de pagamentos a impressionantes 88 milhões de reais em 2010. Jogadores vieram a peso de ouro, nada fizeram e foram emprestados a outros clubes. O São Paulo termina a primeira parte da temporada sem um time formado. Não tem ala-direito. Tem um problema sério na esquerda, onde Juan e Jr César estão longe do ideal. Da zaga, Miranda já está arrumando as malas, o que já se sabia desde janeiro, mas assim mesmo foi titular absoluto. Alex Silva, provavelmente, seguirá o mesmo caminho. O elenco continua sem um armador. Curiosamente, durante anos Muricy pediu Conca e não obteve, pela alegação de ser caro. Aparentemente, o Presidente JJ deve achar barato pagar 4 milhões de reais ao Atlético de Madrid pelo gosto de ter Cleber Santana em seu elenco. E só no elenco, pois nem no banco andou ficando. E essa transação foi por apenas 50% dos direitos. O ataque tem problemas, até porque o time joga sem centroavante, criando para ninguém. Luis Fabiano veio, providencialmente, bem na véspera da eleição presidencial. Vai estrear qualquer dia desses. Seu custo, no total de 4 anos, será de aproximadamente R$ 34 MM. O São Paulo tem uma grande e formidável estrutura. Tem um balanço de respeito, mesmo depois de um ano péssimo. Essa estrutura toda, em seus diferentes níveis e aspectos, segura o clube e dá-lhe relativa estabilidade, mas, por quanto tempo? Quantos desaforos administrativos ainda será capaz de agüentar? Os culpados por situações como essa do São Paulo são encontrados, sempre e exclusivamente, nas ricas e bem decoradas salas da diretoria. Os jogadores estão trabalhando e fazendo o que podem e são capazes. Protestar contra eles é perder tempo e aprofundar crises. Problemas têm que ser resolvidos na sua origem, jamais nos seus sintomas. Rivaldo, atleta profissional dos melhores e mais competentes, tem história, tem caráter e tem vergonha na cara. Reclamou por ficar no banco e não entrar durante o jogo. Há quem diga que desrespeitou o comandante. Não concordo. Essa história de obedecer comandantes cegamente, vendo o desastre se avizinhar, conduziu a muitas tragédias na história. Aliás, o Comandante JJ, já resolveu tudo. Demitiu PC Carpegiani e deve trazer o empolgante Cuca. Estou com vergonha do meu Tricolor e haja coração,  que fase!!!

Cápsula da Cultura

quarta-feira, maio 11, 2011

Isto é História

A taxa de desigualdade no Brasil caiu à mínima histórica em 2010, segundo estudo divulgado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas. Em oito anos, o país conseguiu reduzir a pobreza em 50%, de acordo com a pesquisa “Desigualdade de Renda da Década”. Em 8 anos, no governo Lula, foi feito o que era previsto para 25 anos, de acordo com a Meta do Milênio da Organização das Nações Unidas, que era reduzir a pobreza em 50% de 1990 até 2015”, ressaltou o economista Marcelo Neri, coordenador do CPS/FGV. “E, desde o Plano Real, a pobreza caiu 67,3% no Brasil. Um feito notável comparado com outros países”, complementou. A taxa de desigualdade, medida pelo índice de Gini, ficou em 0,5304 em 2010, a menor desde 1960, quando começou a pesquisa. “Os principais motivos para isso foram, principalmente, a educação e, em menor parte, os programas sociais”, explicou Neri. De acordo com a pesquisa, segundo dados da Pnad/IBGE a renda dos 50% mais pobres no Brasil cresceu 52%, enquanto que a renda dos 10% mais ricos do país cresceu 12%. Isso significa dizer que a renda da classe baixa teve um crescimento de 311% na comparação com os mais abastados. A pesquisa mostrou que os chamados “grotões” brasileiros estão em alta, já que entre 2001 e 2009 os “maiores ganhos reais de renda foram em grupos tradicionalmente excluídos”. Segundo o estudo, Alagoas é, hoje, o estado com a pior renda média per capita do país. E, no mesmo período, o Maranhão, que era o estado mais pobre, teve ganhos na renda da população de 46%. Já os estados de Santa Catarina e do Rio de Janeiro passaram São Paulo na condição dos que tem a maior renda média. Para a próxima década, Marcelo Neri afirma que é preciso melhorar a qualidade da educação, continuar investindo em programas sociais e realizar obras de saneamento básico. “E é preciso fazer mais com menos recursos, pois não podemos aumentar mais ainda a nossa carga tributária”, acrescentou. As razões do meu otimismo são proporcionais ao tamanho dos problemas que temo hoje. A escolaridade no Brasil é ridícula, por isso acho que ainda temos muito a avançar”, finalizou.

terça-feira, maio 10, 2011

Cápsula da Cultura

Fabulosas

Aproveita que não está acontecendo nada de importante e repara só: a noiva americana do Paul McCartney, Nancy Shevell, deve ter saído da mesma fábrica da primeira-dama da França, Carla Bruni. Uma e outra fazem parte de uma série de beldades cujo design parece não envelhecer com o tempo. Patrícia Pillar foi, salvo engano, criada na franquia brasileira desta linha de produçãoNão é pra qualquer mulher bonita! Tem beleza cujo prazo de validade regula com a juventude. E quanto maior o esforço para prolonga-la na meia idade, mais grave o estrago no modelo original. “A pior feia”, como dizia Vinícius, “é aquela que já foi linda um dia.” Nancy, Carla e Patrícia não são exatamente bonitas. São fabulosas, donas de uma beleza que envelhece como os vinhos. Melhoram com o tempo, a despeito de rugas e tudo mais que denuncie a idade da loba avançada. Só depois dos 45 anos pode-se dizer com segurança que uma mulher integra este seleto grupo. Impossível identificá-las quando jovens! Mais difícil é encontrar uma delas dando sopa por aí. Paul McCartney é mesmo um cara de sorte! Também, depois de tudo que passou com aquela outra, francamente, ele merece!

Importante correção de rumos

É fácil ser pessimista com relação à educação no Brasil. Diariamente ouvimos histórias da falta de recursos e do descaso. Para piorar, os resultados dos estudantes brasileiros em exames internacionais são razão de vergonha nacional. No PISA de 2009, a educação brasileira ficou em 53º lugar entre 65 países. Entretanto, há cerca de 10 anos, iniciamos no Brasil uma despercebida correção de nossas maiores mazelas educacionais, que deve se acelerar ao longo das próximas décadas. Nesse século, começou um processo de inclusão educacional, com a universalização do acesso à educação básica, a elevação da escolaridade média e a expansão do acesso à universidade. O número de universitários no País passou de 1,5 milhão em 1990 para 3,5 milhões em 2000 e para 6,5 milhões em 2010. O problema é que este avanço no acesso à educação deteriora os indicadores de qualidade do ensino. A população brasileira ficou mais educada, mas o nível médio do estudante universitário, refletido nos exames, piorou à medida que estudantes menos preparados passaram a ingressar nas faculdades. Quando comparamos a nota média dos alunos de 2000 com a média dos estudantes em 2010, desconsideramos que, dez anos antes, três milhões deles nem sequer chegavam à faculdade. A verdade é que a expansão do acesso à universidade ainda tem de progredir muito nas próximas décadas. Apesar de todo o avanço em inclusão nos últimos anos, ainda hoje apenas um de cada cinco jovens brasileiros chega à universidade. Também a qualidade de nossa educação vai melhorar gradualmente nas próximas décadas, por duas razõesA primeira é um sustentado aumento dos investimentos públicos em educação. De 2005 a 2010, os gastos do governo com educação passaram de 3,9% para 5,4% do PIB e devem atingir 7% do PIB em 2014. A segunda razão é demográfica. Com a forte queda da taxa de natalidade nas últimas décadas, o número de crianças e jovens em idade escolar e universitária cairá nas próximas décadas. Com mais recursos e menos alunos, o investimento por aluno aumentará consideravelmente, o que deve resultar em melhor qualidade de ensino. Tudo resolvido então? Claro que não. Precisamos acelerar muito a inclusão e a qualidade de nossa educação. A Coreia, país mais bem colocado no exame PISA, mostra o caminhoHá 30 anos, a renda per capita na Coreia era similar à brasileira; hoje ela é duas vezes maior. Não por acaso. Na Coreia, para cada R$ 1 que o governo gasta com crianças, ele gasta R$ 0,80 com aqueles com mais de 65 anos. Como consequência, os coreanos são líderes em qualidade de ensino e mais de 60% dos jovens coreanos chegam à universidade. No Brasil, para cada R$ 1 de gasto público com crianças, são gastos R$ 10 com idosos. A Coreia escolheu investir no futuro. O Brasil, no passado. 

quinta-feira, maio 05, 2011

Toda Mídia

No "China Daily", "China apoia Paquistão na luta contra o terror", em contraponto às críticas públicas dos EUA ao país, por ter abrigado Bin Laden. Mas o destaque de China no "NYT" era outro, "Conforme a China investe, os EUA podem perder". Estudo alerta que, "após três décadas investindo centenas de bilhões" na China, Washington "não quer participar agora que Pequim está prestes a devolver o favor". O estudo calcula que, ao longo da década, Pequim deve investir US$ 2 trilhões mundo afora. No fim de semana no "China Daily", a reportagem "Fundo em yuan vai ajudar América Latina" revelou a criação de um fundo soberano voltado à infraestrutura da região.
No topo das buscas, a Bloomberg noticiou que a "Entrada de dólar no Brasil despencou 88% em abril, com aumento da taxação de empréstimo externo". Mas o dólar não se valoriza e "Guido Mantega não descarta novos passos". E o "FT" destacou que a "Siemens alerta contra valorização do real", ecoando por "WSJ". O presidente da empresa no país cobrou "medidas mais duras", sugerindo até a "quarentena de aplicações estrangeiras, opção drástica de controle usada pelo Chile na década de 90". Se o dólar cair para menos de R$ 1,50, afirma ele, "será um desastre".

Olha aí, meu bem...

Gosto muito do verão e do sol. A chegada destas ondas de frio e a mudança abrupta de temperatura trazem o risco de gripe e minha sinusite sofre com o tempo frio e seco. Não quero discutir aqui o clima, porém uma percepção  de que as economias globais podem estar entrando numa fase de crescimento moderadoOs dados recentes dos EUA mostram um arrefecimento do mercado de trabalho e dos indicadores de atividade em serviços. O ajuste fiscal que se aproxima também não ajuda a perspectiva de crescimento.  O aperto monetário e cambial na Ásia começa a ter efeito e o discurso determinado das autoridades chinesas no sentido de evitar o aquecimento da economia e a elevação dos preços indicam que a atividade deve cair por lá. Os ajustes fiscais na Europa se intensificam, com Portugal, Grécia e Irlanda já nos braços do FMI, enquanto Espanha conduz seu ajuste auto-imposto. O Japão ainda luta para sair da crise causada com os incidentes de março. Nos BRICS, a preocupação com inflação e com o aquecimento da economia força os BC’s a apertarem as condições de crédito e a reduzirem o impulso fiscal adotado até então. Apesar dos dados bons da indústria, notamos aqui sinais de queda de demanda em alguns setores e uma pressão nas margens de lucro. De um lado temos as pressões de custos e do outro lado a pressão do BC visando impedir que tais pressões de custos cheguem aos consumidores. É um ambiente onde as empresas reduzem seus gastos procurando maior produtividade o que gera um desaquecimento na economia. A inadimplência está subindo, mostrando uma fadiga temporária no processo de crescimento do crédito. BNDES também reduz ritmo de seus desembolsos e governo adota uma política mais austera de elevação do superavit nas contas públicas. Tudo isto leva a um resfriamento da demanda. Este cenário pode levar ao estouro das bolhas de commodities. Com a queda do dólar e dos juros americanos, ficou fácil especular com commodities. Com o risco de uma queda de demanda por commodities, há a possibilidade que a bolha estoure e os preços caiam. Houve um acúmulo de estoques de algumas commodities em cenário de demanda estável, o que explica a elevação dos preços. A sensação que dá é que o movimento de aceleração do crescimento dos BRICS que tirou a economia global do buraco em 2009 e 2010 saturou. Os dados de atividade, inflação e emprego mostram que podemos estar perto do limite. O lado desagradável é que seria de se esperar que a economia dos EUA estivesse mais forte neste momento. Porém a coisa por lá não está tão boa. O crescimento é frágil, como mostram os dados econômicos mais recentes. E Europa e Japão tem seus problemas. Logo, é razoável se esperar uma redução na taxa de crescimento global. Com isto a taxa de juros de longo prazo deve cair por aqui. A bolsa deve ficar de lado por mais algum tempo. A queda do dólar pode ser interrompida ou desacelerada. E algumas commodities podem cair de preço. Não é o fim do mundo. Só um ajuste saudável, que ajudaria a conter as pressões inflacionárias e a encurtar o ciclo de alta de juros. Não vejo tampouco o risco de um crash, pois a alavancagem do sistema é menor, há um excesso de liquidez e juros baixos. Todos estão cientes deste desafio e que a recuperação global é frágil. Logo, os Governos não permitirão uma nova crise ou recessão global. Trata-se de um ajuste natural depois de um período de crescimento forte nos BRICS e na Ásia. A alta dos juros americanos poderia tornar tal cenário mais dramático, porém o FED tem deixado claro que tal processo está longe de começar. Como disse, é uma sensação de frio que chega após um verão forte. Um fato natural nos ciclos econômicos e climáticos. Para alguns este frio pode causar gripes. Nada muito sério, porém é preciso se agasalhar, e se vacinar. Nos mercados, a prudência é a melhor vacina. Como Benjor diz: prudência, dinheiro no bolso e canja de galinha não fazem mal a ninguém.