quinta-feira, novembro 25, 2010

Cápsula da Cultura

Nostalgia

terça-feira, novembro 23, 2010

Um simples caso???

Estou surpreso com certas declarações do promotor Francisco Cembranelli, responsável pela acusação no caso Celso Daniel. Cembranelli tem dito que se trata de um “caso simples,” fácil de ser entendido pelo juri. Confesso que sou 100% ignorante em matéria jurídica. Meu conhecimento não tem sequer comparação com o de um promotor com mais de 1.000 juris, que se tornou uma celebridade nacional depois de condenar o casal Nardoni pela morte da menina Isabella. Mas eu não sei se a idéia de “caso simples” pode ser aplicada a este caso. Para começar, a policia tem uma conclusão e o ministério público, outra. São teses opostas e absolutamente divergentes. Em princípio, não vejo motivo para duvidar mais de um ou de outro. Prefiro examinar os fatos. Os promotores dizem que foi um crime encomendado. A policia diz que se trata de um crime comum, onde um grupo de bandidos sequestrou e executou sua vítima, uma entre tantas da violência urbana brasileira. Se há um “caso simples” é a visão da polícia sobre o sequestro. As investigações batem com a confissão dos implicados e foram confirmadas por um segundo inquérito feito por outra equipe oficial. A polícia consegue sustentar o que diz com base em depoimentos e indícios materiais. Como já disse em nota anterior, encontrou até um comerciante que confirma a história que os bandidos contaram no momento em que foram presos. A tese do Ministério Público é complicadíssima. Até o momento os promotores não conseguiram estabelecer de modo irrefutável que houve uma ação coordenada entre o grupo de criminosos que cometeu o sequestro e Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, tesoureiro de Celso Daniel e acusado de ser o mandante do crime. Não há testemunhos que sustentem essa hipótese. Não há indícios materiais que liguem Sombra aos sequestradores. Há hipóteses e suposições — mas nada que possa sustentar-se de modo consistente, para além da célebre dúvida razoável. Tanto a Polícia como o Ministério Público estão de acordo com um fato: havia um esquema de corrupção e desvio de verbas na prefeitura de Santo André. A partir daí, surge outra complicação. Ao ligar o sequestro ao tesoureiro, que era um dos operadores do esquema, a tese de crime encomendado assume um caráter político, transforma-se numa denúncia que pode envolver o PT. Todo mundo sabe o tipo de efeito que essa vinculação pode produzir, mobilizando interesses e vontades que nada tem a ver com o caso. Na opinião do Ministério Público Celso Daniel foi assassinado porque quis interromper a coleta de propinas em Santo André ao descobrir que seus assessores estavam desviando recursos para o próprio bolso. A dificldade é que essa suposição não é coerente com as relações próximas entre o prefeito e seu tesoureiro, que jamais deram sinal de ruptura. Ao dizer que se trata de um caso comum, a polícia diz que a corrupção existia mas que não tem a ver com o sequestro. “Você pode pedir a prisão do Sombra e de outras pessoas por várias razões, em especial por desvio de verbas, ” diz um delegado. “Só não dá para pedir que seja preso por aquilo que não fez.” Francisco Cembranelli é considerado um dos mais competentes promotores de São Paulo. Mas a morte de Celso Daniel é um caso bem complicado, como se vê.

quinta-feira, novembro 18, 2010

Cápsula da Cultura

Vitória da Sociedade

Um dos aspectos mais extraordinários da Era Lula foi a criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido como “Conselhão”, que reúne representantes de diversos setores da sociedade. A Lei nº 10.683, que o criou, estabelece que cabe ao CDES assessorar o Presidente da República na formulação de políticas e diretrizes específicas, e apreciar propostas de políticas públicas, de reformas estruturais e de desenvolvimento econômico e social que lhe sejam submetidas por ele, tendo em vista a articulação do governo com representantes da sociedade. Cabe à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência coordenar e secretariar o funcionamento do Conselho, que é presidido pelo presidente. Ao todo, há 87 conselheiros da Sociedade Civil no colegiado. Para nomeação dos integrantes, o Presidente busca combinar a representatividade setorial, abrangência social, densidade política e capacidade para contribuir e repercutir os debates sobre temas fundamentais para o desenvolvimento do País. Pois bem, o intento foi alcançado com imenso sucesso, ainda que não seja devidamente avaliado por setores da mídia. Pouco importa. O que vale é que o CDES criou um território para a cidadania se expressar diante dos tomadores de decisão e, sobretudo, para o exercício do diálogo entre setores que mal se conheciam ou se relacionavam em bases de preconceito. Muitas vezes me perguntam o que o Conselhão faz e para que serve. Mesmo pessoas bem-informadas não conseguem saber exatamente o que acontece por lá. A forma mais prática de explicar é mostrando os resultados obtidos. Muitos temas específicos, como a criação do crédito consignado, que deu origem à extraordinária expansão do crédito na era Lula, foram discutidos lá. As medidas anticíclicas de combate aos efeitos do crash de 2008 foram igualmente iniciadas no Conselhão. Também as novas normas contábeis tiveram sua implementação provocada a partir de debates entre os conselheiros do CDES, em especial, Antonino Trevisan. Foram dadas ainda contribuições para a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, a Lei de Falências, bem como para as disposições de melhoria das condições de trabalho para quem labuta nas lavouras de cana-de-açúcar. As contribuições do CDES à tomada de decisões do governo justificam um livro. Não apenas um artigo. Porém, mais do que ajudar a levar adiante o aperfeiçoamento de políticas públicas, o CDES permitiu um inédito diálogo entre segmentos da sociedade que se relacionavam sob desconfiança. Mesmo com diferenças de ponto de vista, as lideranças de trabalhadores e de empresários trocam ideias produtivamente sobre o futuro do Brasil. Temas e preocupações típicas de um setor ou de outro já são entendidas de forma mais democrática. Sobretudo, tolerante. É importante ressaltar que as atividades dos conselheiros é não remunerada. É um orgulho para o país ver as principais lideranças dos trabalhadores convivendo com personalidades do mundo empresarial e de demais estratos da sociedade civil. A relevância do que ocorreu nos oitos anos da Era Lula está frutificando. E isso pode ser percebido não apenas pelo interesse que o Conselhão desperta no mundo, mas também pelo anúncio de que unidades da federação, como o Distrito Federal, o Rio Grande do Sul e a Bahia, seguirão o exemplo federal e criarão seus conselhos. A eleição de Dilma Rousseff significa a continuidade do CDES e, provavelmente, o seu fortalecimento. Com a combinação de capilaridade junto à sociedade e sua representatividade perante o governo, o conselho será vital para o debate de questões críticas que remanescem na agenda do país.

quarta-feira, novembro 17, 2010

É isto que o PSDB nos proporciona

O estado de São Paulo perdeu participação no Produto Interno Bruto brasileiro em 2008. Em 2007, a economia paulista respondia por 34% do PIB. No ano seguinte, a participação de São Paulo passou a ser de 33%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A perda de participação paulista ocorreu apesar do crescimento do PIB de São Paulo em 2008, de 6%, ter sido maior do que a média nacional, que foi de 5%. Os paulistas já acumulam uma perda de 4 pontos percentuais na participação desde 1995, quando o estado respondia por 37% da economia nacional. A queda de São Paulo também significou uma perda de participação da Região Sudeste no PIB do Brasil, apesar de o Rio de Janeiro e Minas Gerais terem aumentado suas contribuições. A região é a única que perdeu participação, respondendo por 56% em 2008, contra 57% em 2007. A região que mais cresceu em participação foi a Centro-Oeste, que passou de 8% para 9%. Já o Norte, Nordeste e o Sul permaneceram estáveis, com 5%, 13% e 17%, respectivamente. Segundo o coordenador da pesquisa, Frederico Cunha, isso mostra uma desconcentração da atividade econômica no país. "A desconcentração econômica é notória, muito em função de guerra fiscal e incentivos regionais, em função da indústria mais leve procurar estar mais próxima da matéria-prima e em função de novos consumidores", disse Cunha. Apesar do gradual processo de desconcentração da economia, 66% do PIB brasileiro ainda se concentram em cinco estados, que são os núcleos da indústria e do setor de serviços.

terça-feira, novembro 09, 2010

MATRIX

DIÁLOGO DO FILME MATRIX

SMITH: 

Por que, Sr. Anderson? Por que você faz isso? Por que levantar-se? Por que se manter lutando? Você acredita que está lutando por alguma coisa? Por algo mais que sua sobrevivência? Você pode me dizer   o que é? Você sabe o que é? Por liberdade? Ou verdade? Talvez paz? Sim? Não? Poderia ser por amor? Ilusões, Sr. Anderson. Caprichos da percepção. Construções temporárias de um  intelecto humano fraco, tentando desesperadamente justificar uma existência sem significado ou propósito. Vidas tão artificiais quanto a própria matrix. Embora somente a mente humana poderia ter inventado algo tão insípido como o amor. Você deve ser capaz de enxergar. Você deve saber disso agora. Você não pode vencer. Não há sentido em continuar lutando. Por que Sr. Anderson? Por que? Por que você persiste?


NEO:

Porque eu escolhi fazê-lo.

É Guerra!!!

Calma, o Brasil não vai invadir a Argentina, que pena!!! A guerra é cambial e foi anunciada pelo ministro Guido Mantega. Por que você deveria se importar? Porque seu emprego, os lucros da sua empresa, o apartamento novo, a viagem para o Caribe, tudo que você pretende comprar depende desta guerra. O mundo que surgiu após a crise financeira global de 2008 é bipolar. De um lado, Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão, com consumidores e governos endividados até o pescoço, os empregos e o crédito sumindo. Do outro, os emergentes, liderados por China e Brasil, onde empregos e crédito nunca foram tão fartos e o crescimento econômico bate recordes. Para estimular suas combalidas economias e financiar déficits públicos impagáveis, os países ricos vêm imprimindo dinheiro em quantidades colossais. Entretanto, a maior parte deste dinheiro não está virando consumo por lá, e sim investimentos por aqui. Apavorados, seus consumidores pisaram no freio e começaram a poupar. O dinheiro depositado nos bancos acaba investido aqui, onde a rentabilidade é muito maior. Para completar, com a China consumindo quantidades cada vez maiores de matérias-primas, as tais commodities, os preços dos produtos exportados pelo Brasil não param de subir, favorecendo nossa balança comercial. Some-se a isto o pré-sal, a capitalização da Petrobras, multinacionais investindo por aqui, e o dólar vale cada vez menos. Aliás, isto é parte importante do processo de ajuste dos atuais desequilíbrios da economia global. Quando foi a última vez que você comprou um produto made in USA? Pois é. Nas três últimas décadas, os americanos gastaram muito mais do que produziram. Com o sumiço do financiamento, chegou a hora de pagarem a conta. Para isso, os custos para produzir nas terras de Tio Sam terão de cair. Isto acontecerá através de um dólar em queda livre – que torna produtos americanos mais baratos no resto do mundo – e uma bela recessão, que elimina empregos, forçando os americanos a aceitarem salários mais baixos. Desde 2008, enquanto foram criados mais de cinco milhões de novos empregos no Brasil, nos EUA sumiram oito milhões. No mundo pós-crise, os países emergentes vão consumir mais e os ricos produzir mais. Tomara que isto aconteça sem que a guerra cambial se transforme em uma guerra comercial, com barreiras protecionistas erguidas mundo afora. Tal protecionismo foi uma das principais razões da Grande Depressão dos anos 30. Uma valorização da moeda chinesa ajudaria a evitar uma guerra comercial, mas, com ela ou sem ela, é bom estarmos preparados para um real cada vez mais forte.  Para quem acha que o governo brasileiro deveria fazer mais para conter a queda do dólar, é bom saber que apenas o custo de carregamento de nossas reservas internacionais é próximo a R$ 40 bilhões por ano, o triplo do gasto com o Bolsa Família. Ainda, se o governo conseguisse evitar que o dólar caísse e, assim, impedir que os importados chegassem tão baratos por aqui, é provável que, com menos competição, a inflação subisse e as taxas de juros também. E aí, bye-bye financiamento barato para o seu carro, o apartamento novo, o Caribe...

Vai dar certo!!!

Como deverá ser o Brasil no final de 2014? Se o ritmo atual de crescimento for mantido, Dilma Rousseff chegará ao fim de seu mandato à frente da quinta maior economia do mundo. Um país com um PIB de R$ 5,2 trilhões e 114 milhões de pessoas na classe média, que terá eliminado a miséria extrema e incorporado mais de 25 milhões de brasileiros ao consumo. Excesso de ufanismo? Pois são exatamente essas as previsões dos grandes investidores, dos banqueiros, das multinacionais e dos líderes nacionais. No mundo de hoje, apenas uma coisa é proibida: fechar os olhos para o despertar desse novo Brasil. De todos os presidentes eleitos após a redemocratização, Dilma é a que teve mais sorte. Collor herdou a hiperinflação de Sarney, FHC o Plano Real de Itamar e Lula recebeu uma economia estagnada, a herança maldita dos anos FHC. Os ventos sempre podem mudar de direção, mas é improvável que o Brasil saia do rumo nos próximos anos. Primeiro, porque Dilma tem bom-senso. Segundo, porque conta com uma equipe econômica já testada e aprovada, aqui e lá fora. Terceiro, porque o País se tornou imprescindível para um mundo que demanda cada vez mais alimentos e outros recursos naturais – e o Brasil também faz diferença por dispor de um grande mercado interno, em plena expansão. O grande desafio de Dilma será o de fazer um governo de continuidade, sem continuísmo. Ela terá de imprimir seu estilo no Palácio do Planalto, encontrando o equilíbrio entre a experiência e a renovação. Para atravessar com tranquilidade os próximos quatro anos, ela precisará ainda de duas âncoras: uma na economia e outra na política. No primeiro caso, é bem simples. Basta perseverar no rumo atual e manter nomes como Guido Mantega e Henrique Meirelles. No segundo, ela contará com o bom-senso de nomes como Antônio Palocci e Michel Temer, que poderão auxiliá-la a administrar pressões. Se souber delegar responsabilidades, Dilma poderá se dedicar plenamente ao que realmente interessa: educação, saúde, segurança e infraestruturaPor fim, o resultado das urnas também abre uma oportunidade única para o PT. Depois de chegar ao poder graças à força de um mito, o do operário Luiz Inácio Lula Silva, o partido conseguiu, dentro das regras democráticas, eleger também o seu projeto de governo. O que deveria provocar uma reflexão naqueles que, embora tolerem a democracia, ainda carregam uma alma autoritária. Um conselho? Não percam tempo com enfrentamentos desnecessários e com eventuais recaídas na direção de um Estado policial. O chavismo, que mora ali ao lado, já dá sinais de esgotamento em países como a Venezuela e o Equador. E o Brasil é a prova de que existe um caminho para a redistribuição de renda dentro da democraciaPara os que votaram contra Dilma, restam apenas duas alternativas: aceitá-la ou ficar choramingando pelos cantos. A primeira é bem mais produtiva. Quem optar pela segunda perderá o bonde da história, pois chegou a vez do Brasil.

quinta-feira, novembro 04, 2010

Até logo...

Segue...

Lula disse que já havia decidido consultar seu sucessor sobre o substituto do ministro Eros Grau no STF. Mas um amigo do peito conta que o presidente bateu o martelo: deve deixar a nomeação para o próximo governo. Um nome bem cotado, diz o mesmo amigo, é o de um xará de Lula — o advogado-geral da União, Luís Inácio Lucena Adams.

O destino de Nego, cachorro da residência oficial da Casa Civil, preocupa ONGs de defesa dos animais. É que o totó já foi largado uma vez, com a saída de Zé Dirceu, e se apaixonou por sua sucessora, Dilma. Agora, com a eleição da petista, Nego pode ficar só de novo.

Nelson Sargento, o grande compositor mangueirense, fez um anagrama para Dilma. Veja só: "Dinâmica/Inteligente/Leal/Magnânima/Altruísta."


Romário, agora deputado, voltará aos campos. Jogará pelo Brasil contra seleções da Holanda, da Argentina e da Inglaterra no Football Festival da Soccerex, no Rio. O time de veteranos, com Zetti, Cafu e Denílson, será dirigido por Carlos Alberto Torres.

É a economia, estúpido!!!

As duas eleições, a Brasileira e a Americana reafirmaram a tese que ficou famosa a partir da eleição de Bill Clinton: “É a economia, estúpido”, avisava o marqueteiro James CarvillePois foi a economia que ditou o resultado nos dois países, que passam por momentos bastante distintos. Dilma Rousseff foi eleita alavancada pela sensação de bem-estar trazida pelo crescimento econômico, que também é o grande responsável pela popularidade presidencial. A base aliada do governo dominou as duas Casas do Congresso com uma maioria de cerca de 70% que, embora seja apenas teórica, mostra sua força eleitoral. Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama vive momento oposto. Sua popularidade desceu aos níveis mais baixos desde que foi eleito, e a economia americana só fez desabar desde então, fazendo com que o índice de desemprego chegasse aos maiores números da história recente. Ao contrário, no Brasil, a taxa de desemprego é das menores já registradas. Este ano materializou-se de forma mais clara o desafio enorme que os EUA enfrentam como conseqüência de opções feitas ao longo desses anos de pós-guerra, com uma sociedade movida a alto consumo interno. O candidato Obama, que parecia ter a solução para todos os problemas que a crise econômica que eclodiu em 2008 trouxe à tona, transformou-se no presidente que, contrariamente a Lula, teve muito azar e virou o pára-raios da frustração dessa mesma sociedade que não está acostumada a ter que poupar e conter seus gastos. O que ocorre é uma espécie de catarse coletiva, com o Partido Republicano tornando-se o desaguadouro de todas as reclamações da sociedade americana, que não sente efeitos positivos nas medidas econômicas adotadas pelo governo Obama. A mesma catarse que transformou Barack Obama na solução mágica contra a era Bush, com guerras que levavam inquietação ao país, e a crise econômica que vinha se aprofundando. Provavelmente por inexperiência, Obama estabeleceu prioridades equivocadas e falhou na execução. O governo gastou muita energia na aprovação da reforma da Saúde, que era uma das prioridades da campanha, mas que deveria ter sido postergada diante do agravamento da crise econômica, que se mostrou muito mais severa do que se imaginava. Há uma percepção negativa exagerada de Obama, provavelmente fabricada por Wall StreetO Partido Republicano recusou desde o primeiro momento a proposta de Obama de fazer um governo bipartidário para enfrentar a crise, e atacou sem piedade as medidas do governo, ressaltando o alto custo da reforma da saúde. Essa postura radicalizada da oposição nos Estados Unidos também pode ser comparada com a oposição brasileira durante os últimos oitos anos. Ao mesmo tempo, os radicais do Tea Party ressaltam o que consideram ser indícios de um Socialismo de ObamaÉ difícil afirmar que a carreira política de Obama esteja encerrada com esta derrota espetacular que sofreu, mas que ele corre o risco de se tornar um Jimmy Carter, isto corre. O semblante do presidente Barack Obama durante a entrevista coletiva em que admitiu que o recado de descontentamento das urnas era muito claro, mostra como ele se abalou com o tamanho da surra que o Partido Democrata levou nas eleições. O paralelo mais comentado depois da derrota foi o que aconteceu com Bill Clinton, quando também sofreu uma derrota acachapante nas eleições de meio de mandato e depois se recuperou. Em 1994, porém, a economia dos Estados Unidos estava em recuperação, o que não acontece hoje e provavelmente não acontecerá nos próximos dois anos. Ao contrário, a crise está levando as empresas a cortarem suas gorduras, e o aumento da produtividade no país pode segurar o desemprego em taxas altas pelos próximos anos.