sábado, setembro 30, 2006

Lula Lá!!!!!!!!!!!!!

Últimas voltas...

Nunca poderia imaginar que voltaria a viver dias como estes no Brasil. Um golpe das elites nacionais se fecha contra o Presidente Lula. Infelizmente não é uma figura de linguagem, os golpistas estão em movimento e acelerado.A insatisfação desses brasileiros mais afortunados não é um segredo. Ela é pública, percorre as edições de revistas e jornais escritos sob medida. A insatisfação da burguesia nacional vem se acumulando ao longo dos anos. Com os meios de comunicação nas mãos, vêm minando a república brasileira sem se importar se com isso vão passar por cima da vontade da maioria. A repetição da mentira se tornou o hábito desses brasileiros. O voto popular de confiança no Presidente Lula resistiu nos últimos anos a um bombardeio de acusações jamais visto na história. Na boca da urna os mais ricos ainda querem mais; e junto querem que a democracia que o brasileiro mais pobre acreditou existir.... exploda!!! . Estou calmo, compreensivo e sem rancor. Sei que nesse momento não é de raiva, nem de espírito de vingança que preciso. Necessito trabalhar mais, conversar, convencer...aproveitar para continuar fazendo a minha parte. Eu sei que na periferia, nas regiões mais miseráveis do país tem gente que não conheço que precisa do meu empenho, da minha certeza, do meu esforço. Vou a luta e peço que você que chegou até aqui, faça o mesmo. Essa é a única forma que conheço de não abandonar o povo do Brasil.
Tenho a certeza que venceremos!
Amanhã vai ser outro dia.

Cada um na sua...

quinta-feira, setembro 28, 2006

Todas as mulheres de Chico

Três tipos de “lindo” ecoaram à noite, insistentemente, às margens plácidas do rio Pinheiros, na nova turnê de Chico Buarque. O “lindooooooo” mais arrastado e devoto era das belas e solteiras afilhadas de Balzac. Mal Chico entoou os primeiros acordes de “Voltei a cantar”, e elas, cabelos escovados e roupas ainda cheirando a vitrines, já se jogavam todas. Um “lindooo” levemente mais econômico era o silvo das bem mais jovens. As raras gazelas viam pela primeira vez um Chico ao vivo. Acostumadas a shows em pé, para dançar, essas Renatas Marias esqueceram por uma noite o rock e levaram para casa, beleza roubada pelas fotos digitais, os olhos verdes do cantor. O “lindu” sincopado, quase um adultério cometido com o leve bater dos lábios, era de comportadas senhoras caídas sobre o peito de senhores austeros. Gritavam e davam aquela olhadinha para conferir se estava tudo bem. É Chico, meu bem, me perdoa por te trair, pareciam a dizer em sussuros imaginários. Sem drama, aquele show era um prenúncio do mal, a promessa de felicidade mais tarde! Júlia, a moça da mesa ao lado, perfume de quem saiu de casa com maus pensamentos, temente aos céus, sibila: “Que homem é esse, meu Deus!”. A amiga indaga: “Fazia?”, que no glossários dos amores de hoje significa o que você neste exato instante imagina. Para cada lindo, um “uhuuuu” bem mais grave, aquele que sai, meio selvagem, com aroma mal-intencionado, da garganta profunda das belas moças. Sim, muito “Chico, eu te amo” pipocando de todos os cantos do salão. E só na vigésima primeira canção, a lei mais explícita e almodovariana do desejo prevalece, impera e ganha voz: “Chico, eu quero dar pra você!!!” Finalmente a vontade coletiva de todas as fêmeas virava um desavergonhado manifesto escrito a batom e coragem. “Só você que quer, é, minha filha!?”, cutucou a amiga. Como elas se divertiam! Que graça uma mesa de mulheres brincando com o desejo como quem dança, de vestidinho sem nada por baixo, na chuva. No salão do Tom Brasil, Chico arriscou um samba, um passo. Não havia mais tempo para nada. Só para as Balzaquianas arrumarem os já desalinhados decotes. Tempo para os garçons me negarem um chorinho. Tudo bem, Chico no palco, durante todo o show, só bebeu água.

RINÓPOLIS

terça-feira, setembro 26, 2006

HELP

O escritor português Eça de Queiroz, com sua verve habitual, recomendava a todos que falassem “patrioticamente mal os idiomas alheios”. Seus conterrâneos parecem ter seguido o conselho do grande mestre. Mas Eça teria um ataque de nervos se passasse nos escritórios de empresas brasileiras. Nelas, abusa-se das expressões em inglês e, na falta delas, de traduções literais que ofendem a inteligência e os ouvidos. Existe nesse hábito um traço de colonialismo, de rejeição à cultura local. Há também um certo esnobismo. Afinal, o domínio de uma língua no Brasil é prova incontestável de cosmopolitismo. Por fim, isso serve para reforçar uma distinção social. Hoje, o domínio de outros idiomas é obrigatório. O ensino do inglês e espanhol deveria ser tão prioritário quanto o de matérias tradicionais. O aprendizado de línguas amplia horizontes, mas a utilização desse conhecimento além da conta revela deselegância. Uma das alegações é que não existem palavras equivalentes em português. Bobagem. É justamente o contrário. Software quer dizer programa. Cash flow significa fluxo de caixa. CEO pode ser substituído por Presidente. É possível fazer concessões para expressões como internet. As áreas de finanças e de tecnologia são as maiores usuárias dos estrangerismos. Podem alegar que são atividades altamente globalizadas. Mas, ora, deixem isso para as reuniões no exterior. Por conta disso, não é necessário atentar contra o português criando neologismos quase incompreensíveis. Nesses tempos de fusões e aquisições, deram para lançar mão da palavra “bidar”. Isso mesmo, do verbo inglês to bid, cujo significado é fazer uma proposta de compra. Em alguns casos, a transposição do inglês é tão torta que bate de frente com palavras já existentes no português. As confusões são inevitáveis. Certa vez, um executivo de um fabricante de caminhões disse sobre a greve de caminhoneiros que estava parando o País: “nós entendemos as reivindicações deles, mas não podemos "suportar" essa atitude.” Questionado se ele estava irritado, ele disse que não. O diálogo tornou-se uma conversa de surdos. Até que ele explicou. Suportar, em seu vocabulário, era uma derivação do verbo to support, que ele havia criativamente adaptado para a “última flor do lácio, inculta e bela”. O pessoal da área de informática contribui bastante para esse estado de coisas. Logo que a indústria de software (desculpem, programas) começou no Brasil, os técnicos criaram a pérola “localizar software". Quando ouvi, pensei que haviam perdido o programa. Nada disso, localizar vem de to become local, ou seja, adequar, ou adaptar. Mas, não, preferiram, e ainda preferem, localizar.
Help, meu Santo Eça de Queiroz.

segunda-feira, setembro 25, 2006

O Presidente!!!!!!!!!!!!!

LULA - 13 - PT

NULO???

Acho o voto nulo um erro. Sempre há um nome melhor (ou menos pior) do que os outros nas eleições majoritárias. E há muitos candidatos a deputado que merecem nossos votos.

Na reta final

Pretendia escrever sobre as discrepâncias entre as pesquisas do Ibope e do Datafolha. Mas mudei de idéia ao ler matéria publicada no Estadão sob o título “Rigor com a corrupção na política varia com região e condição social”. É candidata ao primeiro lugar da campanha “Vamos envenenar este País” em curso em muitos jornalões brasileiros. Jogando com números de uma pesquisa do Ibope que não prova nada, a matéria tenta sustentar a tese de que os nordestinos, os pobres e os negros dão menor valor à questão ética do que os habitantes do “Sul Maravilha”. Diz o Estadão: “No Nordeste, 10% dos eleitores declaram que votariam em político acusado de corrupção. No Sul e no Sudeste, esses índices são de 7%”. Na realidade, as variações são mínimas, dentro da margem de erro e não indicam absolutamente nada. Aliás, se alguma coisa pode se depreender desses números é que, na valoração da questão ética, há um padrão homogêneo nas diferentes regiões – e não o contrário. Mas há mais. O Estadão avalia também que a pesquisa permite estabelecer relação entre cor e rigor moral. A idéia que se passa é de que, quanto mais escura for à cor da pele, maior será a frouxidão com valores éticos. Tenha a santa paciência. Alguém quer provar, sabe-se lá por que, que o povão não “está nem aí” para a corrupção e que nossa elite tem padrões morais dignos de Catão. Mais um pouco e descobriremos que os pobres, os nordestinos e os negros são os responsáveis pela corrupção, que os ricos não têm nada a ver com isso, que em São Paulo nunca se pagou nem se recebeu propina e que os brancos sempre repeliram com veemência a idéia de pagar ou de levar um “por fora”. Mas tem gente pegando pesado demais nessa eleição. Como dizem os jovens: “menos, gente, menos”. É muito fácil envenenar um País, e muito difícil desintoxicá-lo depois. É como o adolescente que cai na droga. Para entrar na onda, bastam semanas. Para sair dela são necessários anos.

sábado, setembro 23, 2006

Jornal diz que Bin Laden morreu.

O jornal francês L'Est Republicain informa hoje que os serviços secretos da Arábia Saudita estão convictos de que Osama bin Laden morreu de tifo no mês passado. Segundo o jornal, que transcreve um documento secreto da Direcção-Geral dos Serviços Externos francesa, a informação foi considerada suficientemente credível para ter sido comunicada ao Presidente Jacques Chirac, ao primeiro-ministro e aos ministros do Interior e da Defesa.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Populismo???

De O Estado de S.Paulo, hoje:
"Entre 2003 e 2005, o Brasil viveu um 'segundo Plano Real' em termos de redução da pobreza. Essa é a conclusão de um estudo realizado por Marcelo Neri, do CPS da FGV. O trabalho de Neri, que será apresentada em detalhes hoje, foi realizado com base nos dados da PNAD de 2005. De acordo com Neri, a redução da miséria entre 2003 e 2005, de 19,18%, foi até maior do que a verificada entre 1993 e 1995, de 18,5%. A proporção de miseráveis caiu de 35,3% para 28,8% entre 1993 e 1995 e de 28,2% para 22,7% entre 2003 e 2005.
O economista da FGV observa que aqueles dois períodos estão separados por oito anos, de 1995 a 2003, de estagnação na diminuição da miséria."

quinta-feira, setembro 21, 2006

O SENADOR!!!!!!!!!!!!!

VOX POPULI - Ainda não foi dessa vez

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, venceria no primeiro turno, de acordo com pesquisa Vox Populi divulgada no Jornal da Band. Segundo a sondagem:
Lula da Silva 51%
Geraldo Alckmin 27%
Heloísa Helena 6%
Cristovam Buarque 1%
Os demais candidatos não apareceram.

IBOPE novinho

Resultados da pesquisa IBOPE que será divulgada daqui a pouco no Jornal Nacional:
Lula - 49%
Alckmin - 30%
Helô - 9%
Cristovam - 2%
Ana Maria Rangel - 1%
As variações se deram dentro da margem de erro. Os resultados são semelhantes aos da pesquisa diária do Vox Populi feita para a campanha de Lula.
Haverá nova pesquisa Datafolha no sábado. E nova pesquisa IBOPE no domingo.

Aviso aos Navegantes

Henry Shrapnel era um oficial de artilharia no Reino Unido quando inventou a bomba de fragmentação. Tanto que "shrapnel" virou sinônimo desse artefato na linguagem militar. Em véspera de eleição, as denúncias políticas funcionam como bombas de fragmentação: o objetivo é causar danos letais, imediatamente, em tudo que estiver a uma certa distância do alvo. Temos assistido nos últimos dias aos lamentos de petistas e tucanos. Querem fazer a denúncia? Que a façam e respondam por ela. O caminho do eleitor até a urna parece cheio de minas. Mas, se o político é um fingidor, o eleitor é um sapador, e cada vez mais experiente. Para tristeza dos fabricantes de armas.

Essa é boa!!!

quarta-feira, setembro 20, 2006

No Mínimo...

Bom começo
Logo no início de seu depoimento à Polícia Federal, o advogado Gedimar Passos, preso com 1,7 milhão para a compra de dossiê contra Tucanos, esclarece em detalhes porque diabos tem esse nome: Mãe (Gedita) + Pai (Valdemar).
Não ficou claro, entretanto, porque diabos sua mãe se chama Gedita.
Interpolfolia
Com esquemas especiais para atender aos visitantes montados pela Polícia Federal e pelas boates de Copacabana, está começando no Rio a 75a Assembléia Geral da Interpol. Estão na cidade cerca de 750 tiras de todo o mundo. Já viu, né?
Turma da pesada
Depois de FHC, tudo indica que também o papa Bento 16 está tomando o remedinho tarja preta do Suplicy.
Era só o que faltava
Piadinhas sobre Freud, o assessor de Lula, voltaram a animar Sociedade Lacaniana. Há tempos a turma dessa corrente psicanalítica não se divertia tanto.
Nem se compara
Em Nova York: situação do governo na Tailândia é muito pior que no Brasil. Só se falava disso na abertura da assembléia-geral da ONU. Essas coisas a oposição não vê. Ô, raça!
Baianês
‘A bruxa de Portobello’, novo livro de Paulo Coelho, pode ganhar versão baiana intitulada ‘A Perua do Resort’. Será?

Lula mantém 56% dos votos válidos

A Verdadeira Verdade...

A gravação abaixo consta do material que seria entregue por Paulo Trevisan, ao advogado Gedimar Passos e ao empreiteiro Valdebran Padilha, em São Paulo.
http://www.olhardireto.com.br/videos/reportagem.wmv

A Verdadeira Pizza!!!

segunda-feira, setembro 18, 2006

Equilíbrio no cenário da futura guerra


A Tendências mandou uma tabela com as projeções para a composição do Senado a partir de 2007. A disputa entre governo e oposição pela maioria está duríssima. Em caso de vitória de Lula, a correlação de forças no futuro Senado permite prever um cenário de guerra campal.

O retrato da estabilidade

A consultoria Tendências lançou num gráfico a diferença entre a votação de Luiz Inácio Lula da Silva e a soma dos votos dos adversários (nas pesquisas). Depois de alguns meses de oscilação, o quadro é de estabilidade desde antes mesmo do horário eleitoral.

sexta-feira, setembro 15, 2006

No Mínimo...

Esquece, vai!
A reação do PSDB à tal carta que ninguém leu de FHC não leva em conta a epígrafe da obra do ex-presidente: "Esqueçam o que escrevi" Pior que a tal carta....
Percas
Além do Caixa D'Água no RJ e do Coronel Ubiratan em SP, outra grande perda recente foi o programa do Ratinho no SBT.
Suassuna Cadillac
A quantidade de coisas que acontecia pelas costas de Ney Suassuna sem o conhecimento dele, francamente, nem a Rita Cadillac nos bons tempos... Só se fala disso na Paraíba.
Primeirão
Confirmado: Schumacher vai parar antes de Romário e Tony Blair.
Corrida de recuperação
Do jeito que as coisas vão, logo, logo Rubinho Barrichello vai ultrapassar Geraldo Alckmin nas pesquisas de opinião.

Aumenta número de países à beira de colapso

O número de países em situação crítica aumentou de 17 para 26 nos últimos três anos, segundo relatório, que apontou Haiti e Afeganistão como uma "séria" ameaça à segurança global. O Haiti é o único país da região da América Latina que figura no estudo publicado pelo IEG, do Banco Mundial que analisa a eficiência dos programas financiados pelo órgão. A análise diz que, num mundo cada vez mais interligado, a instabilidade num país ou numa região tem o potencial de afetar territórios muito afastados de suas fronteiras. O estudo "O compromisso com os estados frágeis" recomenda à comunidade internacional que tomem posições firmes.
A África reúne a maioria das nações "frágeis". Outras estão na Ásia e Oriente Médio. O Banco Mundial considera Estado frágil aquele que sofre complexos conflitos internos ou atravessa uma difícil transição posterior a um conflito.
A desatenção a esses países, onde vivem quase 500 milhões de pessoas, equivale a "piorar sua miséria" e aumentar a instabilidade global. Numa nota positiva, o estudo diz que o Banco emprestou US$ 4,1 Bi nos últimos dois anos aos países em crise. O IEG elogiou o compromisso com as nações mais instáveis do planeta. Mas lembrou que é necessária também uma agenda de reformas "clara e relevante". A primeira recomendação do Grupo é o desenvolvimento dos recursos locais. A segunda é evitar o excesso de ambições. O conselho final é de criar transparência na entrega de ajuda.

É hora!!!

O deputado Fernando Gabeira acordou hoje sem quer entrar para a história como aliado dos tucanos. A esperada matéria da revista Isto é sobre a origem dos sanguessugas no governo FHC vem contundente. Faltam 15 dias para a eleição e a denúncia envolvendo José Serra vai revelar o comprometimento da imprensa. Hoje os jornais passaram em branco. Blogueiros, colunistas e cientistas políticos também. Ninguém fez marola mas a história não absolverá. Se aproxima a hora da onça beber água.

Se alguém ainda tinha esperanças...

Pesquisa IBOPE acaba de ser divulgada em Brasília pela CNI mostra vitória de Lula:
Lula – 50% (eram 44%)
Alckmin – 29% (eram 25%)
Helô – 9% (eram 11%)
Cristovam - 2% (era 1%)
Nos votos espontâneos, Lula dispara e deixa os demais para trás. É, Alckmin, é hora de dar tchau:
Lula – 42% (eram 31%)
Alckmin – 20% (eram 14%)

Lula e Alckmin empatados...no índice de rejeição. Fica cada vez mais distante o segundo turno tão sonhado pelos tucanos:
Índice de rejeição (não votaraiam de jeito nenhum no candidato)
Lula – 32%
Alckmin – 31%
Índice de fidelidade (certamente votariam no candidato)
Lula – 66%
Alckmin – 58%
Índice de desconhecimento
Lula – 2%
Alckmin – 12%
Cristovam – 50%
Helô – 19%

terça-feira, setembro 12, 2006

Elucubrações de um Solitário

Em um artigo publicado na revista “Les Temps Modernes” de 1973, Jean-Paul Sartre analisou a evolução da democracia representativa em seu país, concluindo que a inércia dos cidadãos, presos às suas individualidades e desconfianças, os impede de se libertarem do eterno sistema político de dependência das elites sociais no poder. Ele acreditava que o povo desorganizado abdica do poder que lhe pertence quando é levado a aceitar as regras do jogo eleitoral, delegando aos políticos profissionais o direito de influenciar nas decisões nacionais que interferem nos seus interesses cotidianos. Com o sugestivo título de “Eléctions, piège à cons”, o artigo de Sartre vai buscar na história da democracia francesa os argumentos para sustentar sua tese. Começa com a criação do voto censitário no alvorecer da Revolução Francesa de 1789, que instituiu duas classes de cidadãos, a maioria da população francesa na época, foi excluída do direito de votar. Além disso, foi adotada a Lei Le Chapelier, que proibia qualquer associação de trabalhadores. No Brasil, o voto censitário foi instituído pela Constituição Imperial de 1924. Para votar, o cidadão brasileiro do século XIX precisava ter uma renda mínima. Nas últimas semanas, declarações sugeriram saudades do voto censitário. A preferência pelo presidente Lula é no eleitorado com renda mais baixa. A ampla aprovação dos programas sociais do governo fecha a equação: estão comprando o voto do eleitor desqualificado, Lula está saqueando para dar aos pobres e assim, os votos necessários para a permanência no poder. Esse é o raciocínio que a oposição conservadora e seus aliados na mídia tentam transferir para os que se julgam mais informados e mais injustiçados. É esse grupo que o “ex” instiga para “rechaçar todas as formas de populismo”, o tucano, que multiplicou a dívida pública para sustentar um populismo cambial e alterou a Constituição de forma nebulosa, afirma que a Bolsa Família “vem sendo desvirtuada”. Essas “elucubrações de um solitário” temperam o caldo que uma parte da oposição tenta engrossar para o período pós-eleitoral, com o auxílio dos “deformadores de opinião”. Referindo-se aos incomodados com os gastos sociais de seu governo, o presidente Lula disse que eles gostariam de “trocar o povo brasileiro”. Uma idéia que já teria gerado filosofias perigosas como a da raça superior defendida por Adolph Hitler. Para Tarso Genro, essa tentativa de “desvalorizar o processo eleitoral” é um recurso extremo que a oposição tenta utilizar depois de constatar que a campanha feita contra Lula não surtiu efeito. Ele considera que está surgindo uma nova classe média. O cientista político Ricardo Guedes, do Instituto Sensus, não consegue enxergar as razões dessa desqualificação do processo eleitoral. Ele observa que, em alguns levantamentos, Lula supera os adversários no segmento com escolaridade de nível superior. Guedes observa que o eleitorado pobre é mais pragmático na escolha de seus candidatos. Mas não se trata de um segmento com menor capacidade de discernimento. Guedes sustenta que o parâmetro que determina a escolha do eleitorado é se sua vida está melhor. E lembra que, mesmo no auge do mensalão, a percepção da maior parcela dos eleitores era de que o governo anterior era mais corrupto. “É óbvio que quem não tem contato com a população mais pobre do Brasil não conhece a realidade do país”, endossa o presidente do PT Ricardo Berzoini. Para ele, desqualificar o voto do eleitor mais pobre, que reconhece o governo do presidente Lula como responsável por sua vida ter melhorado, é desqualificar a democracia. “Democracia pressupõe que o voto do cidadão mais pobre tenha o mesmo valor do voto do empresário mais rico”. Quanto à acusação de populismo esboçada na crítica do “ex”, vale a pena conferir o relato do sociólogo Walder de Góes na Análise Política do IBEP. Ele conta que esteve na Europa e ouviu que, se Lula fosse votado por lá como candidato à Presidência do Brasil, venceria com pelo menos 70% dos votos. “A Europa parece acreditar firmemente que a liderança de Lula estaria salvando a América Latina”, relata Góes. Eis a opinião da esquerda européia. Esquerda que Sartre inutilmente tentou convencer que a democracia indireta é uma mistificação, pois: “Pretende-se que a Assembléia eleita seja a que melhor reflita a opinião pública. Mas só há opinião pública serial. A imbecilidade dos meios de comunicação de massa, as declarações do governo, a maneira parcial ou truncada pela quais os jornais refletem os acontecimentos, tudo isso vem encontrar-nos em nossa solidão serial e nos empanturrar de idéias pré-fabricadas, feitas daquilo que pensamos que os outros pensarão”.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Relatos da imprensa hoje:

GAZETA MERCANTIL - A produção brasileira de grãos chegará a 118 milhões de toneladas este ano, 5% a mais que em 2005, segundo previsões do IBGE divulgadas hoje. O número se refere à produção de cereais, leguminosas e oleaginosas calculada pelo instituto com base nas informações recolhidas em agosto.
VALOR - O Brasil está entrando em seu terceiro ciclo de investimentos de infra-estrutura de transporte e logística para o setor de petróleo e gás. Com início em 2005, essa fase deverá compreender, a exemplo das anteriores, dez anos e será marcada por vultosos investimentos, tanto da Petrobras como de empresas da iniciativa privada. Essa é a análise de Marcelino Guedes Ferreira Mosqueira Gomes, diretor de terminais e oleodutos da Transpetro, para quem o país entrou em nova fase de expansão econômica, com mudanças que alteraram o perfil da demanda de energia

sexta-feira, setembro 08, 2006

Muito barulho por nada!!!

Vamos esquecer um pouco do "eu acho". Vamos comparar números do Datafolha.
1) Pesquisa de fevereiro. A última antes de ser definido o candidato do PSDB. Cenário sem Serra e sem Garotinho:
Lula 57%
Alckmin 25%
Helô 10%
Cristovam 1%
Outros 7%
Segundo turno: Lula 60% x Alckmin 40%
2) Pesquisa setembro:
Lula 58%
Alckmin 30%
Helô 10%
Cristovam 1%
Outros 1%
Segundo turno:Lula 60% x Alckmin 40%
Para quem quiser conferir, é só entrar no Datafolha e fazer as contas. No site, você verá ainda que, fora pequenas flutuações que se compensam, há uma grande estabilidade nos segmentos. Ou seja, para efeitos práticos, nada aconteceu na campanha presidencial de fevereiro para cá. Alckmin tomou para si a maioria dos poucos votos de Freire e Rigotto. Está longe de ser uma façanha.

Relatos da imprensa hoje

VALOR - O superávit da balança comercial dos agronegócios alcançou US$ 28 bilhões, recorde para o período. O resultado reflete as exportações de US$ 32 bilhões - igualmente recordes - 11% maiores, e importações de US$ 4 bilhões.
JORNAL DO COMMERCIO - Foi divulgada nova pesquisa Ibope sobre a sucessão em Pernambuco. O governador Mendonça Filho (PFL) lidera com 36%, seguido de Humberto Costa (PT), que teve 25%, e Eduardo Campos (PSB), com 22%.
ESTADÃO - O Itamaraty reabilita hoje o poeta e ex-embaixador Vinícius de Moraes, expulso de seus quadros há 40 anos pela ditadura militar.

quinta-feira, setembro 07, 2006

No Mínimo...

Folga dos tucanos
Cabos eleitorais de Geraldo de Alckmin o aconselharam a passar o feriadão em casa ensaiando a virada com Dona Lu. Ninguém agüenta mais a campanha nas ruas.
Mandando bem
Afora o Botafogo, a Polícia Federal e o Chico Buarque, ninguém mais está dando show no Brasil.
Ô, raça
Bicho ruim não respeita nem os mortos. Crocodilos de toda a Austrália marcaram para o fim de semana uma festa em homenagem à arraia que ferroou o coração do “caçador” Steve Irwin.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Quatro semanas para o 1º turno

Apesar da discreta subida de Alckmin, a reta final da eleição abre-se com amplas chances para Lula. Basta o presidente não cometer erros que vencerá no primeiro turno. O que joga a favor de Lula, além do ambiente econômico positivo, é a desorganização da campanha de Alckmin, que não consegue motivar o eleitorado. Ainda que o candidato do PSDB-PFL tenha potencial para ser candidato, a campanha não ajuda o discurso não empolga e os aliados o estão traindo. A campanha entra em setembro do jeito que estava no início de agosto. Lula é favorito para vencer no primeiro turno. A cautela que os candidatos à Presidência tiveram não deve se repetir. Deverão ocorrer ataques mais diretos ao presidente Lula e ao governo FHC, que chegou a recomendar “botar fogo no palheiro”. Aliás, Alckmin caminhou nessa direção. Dada à ampla vantagem de Lula e o fato de que não há munição disponível contra ele, há garantia de sucesso. Para virar o jogo, Alckmin terá que empolgar e mostrar que vale a pena fazer a mudança.

terça-feira, setembro 05, 2006

O consenso!!!

Em política econômica e social o Brasil avançou muito nos últimos anos. A sociedade passou a compreender as limitações impostas pela escassez de recursos para satisfazer as suas necessidades. Aparentemente, há um consenso sobre alguns pontos importantes:
1) que cabe ao Estado promover a igualdade, a justiça e a estabilidade;
2) que o equilíbrio fiscal estimulará um crescimento sustentado;
3) que a sociedade rejeita qualquer aumento de impostos;
4) que as despesas de custeio serão corrigidas;
5) que o “superávit primário" deve reduzir a relação Dívida/PIB;
6) que as instituições são fundamentais para o funcionamento do sistema;
7) que o "mercado" é compatível com a liberdade individual, mas exige ação do Estado;
8) que o mercado será socialmente injusto se não tiver uma política que aumente a igualdade de oportunidade;
9) que o Estado faça apenas aquilo que o setor privado não tenha condições de fazer;
10) que é obrigação do governo dar condições isonômicas de competição;
11) que a execução disso deve ser feita por um Banco Central autônomo.
A incorporação dessas condições num programa de desenvolvimento nacional produzirá a volta do crescimento econômico e dará ao Estado as condições de cumprir o seu papel. O crescimento econômico é uma questão de estado de espírito! Começa por um governo que o entenda e respeite as condições objetivas dentro das quais ele pode realizar-se.

domingo, setembro 03, 2006

PEDÁGIO SELVAGEM

As estradas de São Paulo são boas, e absurdamente caras. Se paga R$ 0,11/km. Na Dutra se paga R$ 0,07/km. A diferença se deve a concessão. Em SP, foi entregue a quem paga mais à concedente. Há contratos que se repassa 30%. Nas Federais a concessão foi feita sem ônus. Levou quem ofereceu o pedágio menor. Isso é importante. Por toda parte que se vai há buracos. É ridiculamente comum ver placas avisando deles. Trata-se de um desastre. Ninguém tem dúvida de que merecemos boas estradas. A visão de que os cidadãos estão dispostos a pagar pedágio para ter boas rodovias, é falsa. Queremos boas estradas, e gratuitas. Afinal, já pagamos IPVA. E há um problema constitucional: o pedágio estabelece uma restrição severa à liberdade. Sem dinheiro, os paulistanos não chegam à praia, nem ao interior. Trata-se de um problema que afeta milhões. As companhias se defendem lembrando que na Europa, nos EUA e no Japão, os pedágios são mais caros. E são, mas a renda lá é muito maior. E lá, as empresas constroem estradas e cobram para que se trafegue nelas. O retorno do investimento demora. Aqui, as concessionárias receberam estradas prontas, que têm de ser mantidas. Mesmo que o pedágio seja mais barato, a margem ainda é excelente. É um boníssimo negócio. Essas questões voltam no momento em que o Governo Federal vai leiloar 3 mil km. Somados aos 11 mil km já pedagiados, o Brasil vai ter mais de 7% de sua malha viária pedagiada. É mais que nos EUA. E não é apenas um problema quantitativo. A qualidade das concessões tem de ser discutida. Desta vez decidiu-se cobrar ônus de concessão. É duro acreditar que sejamos servidos. Washington Luiz disse em 1920 que governar era abrir estradas. Hoje, decidiu-se cobrar por elas.

sábado, setembro 02, 2006

Para ler e comparar

Vale a pena ler e comparar as entrevistas do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, e do presidente do PT, Ricardo Berzoini, publicadas hoje pela FSP. Os títulos são "Tasso diz que tucanos mostrarão farsa, corrupção e arrogância do governo Lula" e "PSDB começou relação de financiamento de campanha com Valério, diz Berzoini".

sexta-feira, setembro 01, 2006

OLHA SÓ II

Ostracismo

Mera coincidência, claro, mas foi só o ex-presidente FHC, o que vendeu até o subsolo pátrio na bacia das almas do pobre Fausto, falar que é preciso “botar fogo no palheiro”, que a turma do PCC obedeceu. Os ataques, que na real da guerra nunca cessaram mas sempre foram escondidos,voltaram, óbvio. E assim será enquanto o xerife de Alckmin, o doutor Saulo de Castro, acreditar que a repressão máxima vai domar bandidos. Santa ignorância.
Porra, desculpem-me pelo palavrão, mas não tem outro jeito e nem sou de substituir palavra feia por pontinhos, o que esses caras da Segurança Pública de São Paulo estão querendo? Ontem mesmo, pesquisa Ibope/Estadão revelou que 35% dos habitantes da cidade já foram assaltados. E eles, depois de 12 anos de governo, continuam orgulhosos dos seus feitos.
Fora vagabundos, fora!