quarta-feira, novembro 29, 2006

Anos tucanos

Aloprado foi torturado

O aloprado Gedimar Pereira Passos, ex-agente da Polícia Federal, está neste instante fazendo uma denúncia de tortura que teria sofrido na PF ao ser preso em São Paulo no dia 15 de setembro. Ele depõe à CPI dos Sanguessugas e já provoca movimentação no gabinete do diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, que já foi avisado da acusação. Gedimar contou que foi preso por um policial civil que faz bico no Hotel Íbis, em São Paulo, onde ele estava hospedado. Menos de cinco minutos depois, chegaram ao hotel agentes federais comandados pelo delegado Edmilson Bruno. O aloprado perguntou aos agentes: - Como vocês chegaram até mim? O agente responde: - Sabe como é, né?! Tudo é grampo. Gedimar então disse: - Vocês fizeram a maior besteira. Vocês grampearam a campanha do presidente. Como vocês vão explicar isso? Não recebeu resposta. Edmilson então teria dito a Gedimar: - Você faz as declarações e nós liberamos você. Gedimar foi levado à PF para fazer declarações: - Me perguntaram se o presidente Lula sabia disso. Eu disse que não. Me perguntaram se a Dilma Rousseff sabia. Eu disse que não. Me perguntaram se o Gilberto Carvalho sabia. Eu disse que não, afirmou, relatando como foi o depoimento à PF. Uma equipe da Globo riscou no hotel ainda a tempo de registrar a saída de Gedimar algemado. Na sede da Polícia Federal em SP, Gedimar diz ter sido preso e não lhe foi dado o direito de chamar um advogado ou de ligar para a família para avisar do ocorrido. Gedimar ficou preso até domingo e na segunda foi transferido para o Mato Grosso. Ao chegar ao aeroporto, foi levado pelo saguão, quando poderia, de acordo com ele, ter saído dentro de uma viatura. Gedimar foi levado direto para o presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá. - Fui levado por três agentes com lanterna para uma ala que estava sendo destruída, estava semi-destruída. Fui literalmente jogado e fiquei com água até a canela. Fiquei com o corpo cheio de feridas. Fiquei de meia noite até meio-dia (...) O senhor (Gabeira) já viu alguém passar 13 horas na cela de um presídio com água até as canelas para amolecer o juízo? Pois isso aconteceu. Quando levado do presídio para prestar depoimento à PF-MT, reclamou do tratamento com o delegado Diógenes Curado, que, disse rindo que não sabia de nada. - Deputado (Gabeira), você acha que eu não ia colaborar com o delegado depois de tudo isso? Jamais! Uma vez que o juízo dele amoleceu, Gedimar prestou depoimento, envolveu na operação de compra do dossiê o agente de segurança de Lula, Freud Godoy, e o resto vocês já sabem.

Haja...

Vejo na FSP o Tasso "Dias Contados na Presidência do PSDB" Jereissati dizer que o tucanato tá com depressão pós-eleitoral. Tá é com depressão pós-parto, isso sim. Depois das urnas, pariu um casal de gêmeos igualzinhos aos que nasceram em Londres: de cores distintas: Serra e Aécio. E infelizmente a gente vai ficar nessa canseira até 2010. Haja saco! Meu Deus, eu juro que não vou aguentar. Nem o Serra e o Aécio vão aguentar isso... Essa divisão vai atrasar o Brasil. Tudo vai ser em função desses dois. Ninguém merece!!!

segunda-feira, novembro 27, 2006

Cá pra nós, faz todo sentido

Em Santa Cruz do Sul (RS) a foto de uma placa do SESI de duplo sentido sobre o planejamento familiar.
Cá pra nós, faz todo sentido.

Seqüências Parisienses

O Partido Socialista ratificou, numa convenção em Paris, a candidatura de Ségolène Royal à eleição presidencial de 2007.
Ségolène Royal não é a Hillary Clinton francesa, como disse, uma reportagem do Salon. Ségolène milita no PS há 30 anos e tem um biografia política bastante distinta da carreira de seu companheiro, François Hollande, deputado e principal dirigente socialista. Ela já foi ministra três vezes (ele não foi nenhuma), é deputada desde 1988 e ocupa agora um dos governos regionais franceses, cargo ao qual Hollande nunca foi eleito. Na corrida à candidatura presidencial, ela deu nele de dez a zero. Hillary, ao contrário, cresceu na política à sombra de Bill Clinton. Embora tenha vindo de uma família numerosa, de poucas posses e de uma cidadezinha da Alsácia, Ségolène integrou-se ao establishment parisiense. Diplomada em Sciences Politiques, em Economia e em Direito, ela é – ainda e sobretudo – formada pela Ecole Nationale d’Administration. Puro produto do sistema meritocrático francês – armado pelos concursos que abrem o acesso às Grandes Ecoles – Ségolène seguiu o percurso universitário da elite que tem governado o país desde o fim da Segunda Guerra.
As duas primeiras viagens ao exterior que ela fará, como candidata do PS, serão no Brasil e na África do Sul. Como tudo o que ela vem fazendo é sempre algo muito estudado, o itinerário indica que a amizade com Thabo Mbeki e com Lula traz dividendos para a candidata da esquerda francesa. Indica também que diante da tranqueira em que se entalou a União Européia, a França procura outras alianças no campo internacional.

DE ONDE VEIO O DINHEIRO DO DOSSIÊ?

A colunista Dora Kramer disse que a oposição não está mais interessada na CPI dos Sanguessugas. Provavelmente porque, agora, a CPI só falta chegar a José Serra. Da mesma maneira que a CPI dos Correios apurou tudo menos “de onde veio o dinheiro”, é o caso de se perguntar, com a veemência de Fernando Gabeira: “de onde veio o dinheiro”?
De onde veio o dinheiro do Marcos Valério?
De onde veio o dinheiro dos aloprados?

Máximas e mínimas

Com a notória limitação de espaço que os jornais têm, especialmente na primeira pagina, talvez seja o caso, de contribuir com os leitores da Folha que não puderam ler na primeira página a chamada para importante revelação do repórter Kennedy Alencar. Alencar diz que um novo personagem teria participado da arrecadação dos recursos para comprar o dossiê que implica José Serra na compra de ambulâncias. “O banqueiro Daniel Dantas (grupo Opportunity)... ” Kennedy revela que “investigadores levam a PF a acreditar que parte significativa dos reais estava fora de circulação há algum tempo. Dantas teria uma grande reserva em moeda nacional para uso em operações dessa natureza...” Essa mesma limitação de espaço impediu que o Estadão, na semana que passou, desse na primeira página uma revelação razoavelmente importante: a delegada Elisabete Sato concluiu, num segundo inquérito que a morte de Celso Daniel não foi um crime político.

Os Marajás do serviço público

Oito anos depois de implantado pela reforma administrativa, o teto salarial do funcionalismo público continua sendo desrespeitado pelo País afora. Dados do Governo Federal mostram que ainda existem 129 servidores ganhando acima dos R$ 24,5 mil. Além disso, um levantamento que o CNJ divulgará amanhã revela que, nos Estados, cerca de 200 desembargadores estariam recebendo acima do limite. Esses felizardos representam 20% do total. Essa situação só se perpetua porque a maior parte desses Marajás tem dinheiro para pagar bons advogados e consegue decisões na Justiça lhes garantindo o direito de receber os valores integrais, mesmo contra o que diz a Constituição. O mais alto salário do Executivo Federal é de um professor da Universidade Federal do Ceará, que recebe a bagatela de R$ 38.275,44."
Leia mais
aqui.

sábado, novembro 25, 2006

AS MENINAS DO FIASCO

Segundo a coluna de Daniel Castro na Folha, vai mal de audiência o programa do Jô Soares que chegou a amargar um 4o lugar na madrugada de 3a para 4a feira.
Segundo Daniel, citando as concorrentes, maus resultados para o Jô vem ocorrendo desde outubro, leia aqui.

Marco Aurélio Garcia

Leiam a entrevista do presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, que está na Folha, mas esqueçam o título que está na capa do jornal, "Garcia defende PT no poder por uma geração”, que é completamente dirigido. Muito boa a entrevista, vale a pena. Leiam particularmente o que diz Marco Aurélio sobre os meios de comunicação.

Os alckmistas

quarta-feira, novembro 22, 2006

PUNKS?

Graças à MTV (que está divulgando seu Overdrive no YouTube), finalmente caiu na rede o famigerado vídeo da briga entre Dado Dolabella e João Gordo que não foi para o ar na TV. Vejam abaixo e tirem suas conclusões...

Agenda da coalizão

Estes são os compromissos que Lula quer que os partidos que o apoiarem assumam no segundo mandato de seu governo:
1 – Reforma política resultante de ampla concertação;
2 – Reforma tributária;
3 – Política econômica, monetária e fiscal comprometida com o crescimento mínimo de 5% nos próximos quatro anos;
4 – A evolução das despesas correntes deve ser inferior ao crescimento do PIB;
5 – Consolidação das políticas de transferência de renda em andamento;
6 – Fortalecimento da Federação;
7 - Criação de um Conselho Político.

ESCOLA BASE II

A doutora Elizabeth Sato é uma das mais respeitadas policiais de São Paulo. Ela é a delegada do 78º DP (Jardins) e acaba de concluir o segundo inquérito sobre a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel. A noticia saiu hoje numa pagina interna do primeiro caderno do Estadao, sem chamada na primeira pagina (clique aqui).
Tanto quanto no primeiro, no segundo inquérito a Dra. Sato concluiu que a morte de Celso Daniel não foi um "crime político". A Dra. Sato concluiu que os argumentos dos irmãos de Celso Daniel e dos promotores de Santo André não tinham fundamento. Eles é que exigiram (com a ajuda da imprensa) um segundo inquérito. A Dra. Sato concluiu que o primeiro inquérito estava certo. Logo, o segundo foi perda de tempo e de dinheiro. O primeiro inquérito se concluiu na gestão de Geraldo Alckmin, do PSDB. O segundo se concluiu agora, na gestão de Cláudio Lembo, do PFL. A cobertura da imprensa sobre a morte de Celso Daniel, porém, sempre teve a dimensão de um "crime político". A imprensa exumou a reputação de Celso Daniel e pisou nela. A única exceção foi o jornalista Percival de Souza, que, na TV Record, sempre disse ter motivos para acreditar na versão da polícia de São Paulo.
A cobertura do "caso Celso Daniel" é uma "Escola Base". E se olharmos com a sabedoria do espelho retrovisor, se verá que a "Escola Base" II foi a primeira tentativa de golpe da imprensa contra o Governo Lula. Que acabou por se consumar – com a ajuda do delegado Bruno – com a convocação do segundo turno.
Veja, abaixo, o levantamento sobre a corbetura do "crime político" conhecido como "Caso Celso Daniel", que aparecia nos telejornais do horário nobre com a freqüência da "previsão do tempo".
A cobertura da imprensa sempre acreditou na hipótese de crime político no caso Celso Daniel.
O prefeito de Santo André foi seqüestrado no dia 18 de janeiro de 2002 e o corpo dele foi encontrado dois dias depois em uma estrada em Juquitiba (78 km de São Paulo).
A Folha de São Paulo, publicou na edição do dia 19 de janeiro de 2002, que a primeira opção para o seqüestro era o crime político (
clique aqui).
Em 22 de janeiro de 2005, a Folha publicou um artigo com o título: "Assassinato do Estado". (
clique aqui).
O empresário Sérgio Gomes, o Sombra, chegou a ser apontado e preso como mandante do assassinato de Celso Daniel, conforme noticiou o Jornal das Dez, da Globo News, no dia 11 de dezembro de 2003 (
clique aqui).
Já o Fantástico veiculou na edição do dia 28 de agosto de 2005 que os promotores que trabalhavam no caso estavam convencidos de que o assassinato de Celso Daniel foi crime político. (
clique aqui).
Em 25 de novembro de 2005, O Estado de São Paulo publicou uma reportagem com a seguinte manchete: "Polícia começa a acreditar em crime político no caso Santo André". (
clique aqui).
Quatro anos depois da morte de Celso Daniel, O Estadão, insistia na hipótese de crime político (
clique aqui).
Um vídeo do YouTube mostra uma matéria de um telejornal que apresenta uma reportagem que mostra "documentos que põem em dúvida a versão da polícia de que o assassinato de Celso Daniel foi um crime comum" (
clique aqui).

sexta-feira, novembro 17, 2006

Ordem da Fênix

São extremamente rápidas, mas as primeiras cenas de Harry Potter e a Ordem da Fênix já podem ser vistas num comercial da rede de TV ABC Family (aqui.) A emissora promove em dezembro uma "semana Harry Potter", em que todos os filmes serão exibidos, culminando na estréia de seqüências inéditas do novo longa.

Hidrelétricas

Na Folha de hoje, as empresas, Furnas, Odebrecht e Leme Engenharia contestam estudos de cientistas sobre a hidrelétrica Madeira. É importante ler a matéria. Como se trata de um empreendimento de alto risco, como Angra 3 e a hidrelétrica de Belo Monte, todo esse debate deve ser transparente e público. O projeto só pode ser aprovado se realmente todas as medidas preventivas e adequadas à proteção do meio ambiente forem tomadas. O que não se pode aceitar é a imediata judicialização do contencioso, com o objetivo único e exclusivo de impedir a construção dessas hidrelétricas e de Angra 3, como já vem acontecendo. O Brasil não merece isso.

A nova realidade das Américas

A vitória de Lula no Brasil coincidiu com dois acontecimentos aparentemente sem ligação, ambos em nosso continente americano: a derrota do Presidente Bush e do partido republicano nas eleições legislativas americanas e a vitória de Daniel Ortega, da Frente Sandinista, na Nicarágua. Em dezembro, teremos eleições na Venezuela e, ainda este mês, o segundo turno no Equador. Assim vai se encerrando o ano de 2006, depois das eleições na Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Costa Rica e Brasil. Com os novos governantes e as duas eleições a serem definidas, está-se desenhando o novo mapa geopolítico do nosso hemisfério. A sua marca é a profunda consciência da necessidade urgente da integração política e econômica dos países latino-americanos, acima das diferenças partidárias e ideológicas, e apesar dos conflitos do passado e dos interesses nacionais nem sempre convergentes. A manifestação mais clara dessa realidade são as negociações, difíceis, entre o Chile e a Bolívia, na busca de uma solução ao contencioso histórico que separa os dois países – o mar e o gás –, as guerras do passado, e a perda de territórios, por parte da Bolívia, para o Chile e o Peru.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Bolívia

Uma empresa indiana (Jindal Steel and Power) ganhou a concessão para explorar a mina de ferro de El Mutun, na Bolívia. O relato de Amitabh Dubey, analista para a Ásia do Eurasia Group, é uma aula. Transcrevo um trecho: "A Jindal vai investir até US$ 2,3 bilhões ao longo de dez anos, gerando até 10 mil empregos e uma receita estimada de US$ 200 milhões para o governo boliviano. A companhia vai construir casas e infraestrutura no município vizinho de Puerto Suarez, reforçando o compromisso governamental com investimentos sociais". Enquanto uma histeria chauvinista em ano eleitoral pede ao Planalto e ao Itamaraty uma atitude supostamente "dura", vamos perdendo espaço para russos, indianos e chineses em nossas redondezas. Um bom exemplo de como a pretensa "defesa da Petrobrás" tem servido para enfraquecer os interesses do Brasil na vizinhança.

terça-feira, novembro 14, 2006

Verdade tem perna curta...

Repercussões sociais de alterações na Previdência

Treze bons pontos sobre o déficit da Previdência estão no blog do Luis Nassif, elencados pelo economista Amir Khair. Reproduzo os cinco primeiros, vale a pena ler todos eles.
"Nesses tempos de discurso único, um contraponto de Amir Khair a esses estudos recorrentes sobre o déficit da Previdência:
1) A Previdência Social é a maior política de seguridade social do país;
2) 67% dos aposentados e pensionistas ganham só até um salário mínimo;
3) A maioria vive na zona rural e o benefício ajuda a desenvolver a economia local e ajuda a fixá-los no campo;
4) O conceito de déficit precisa ser revisto, pois 63,5% do mesmo são devidos ao programa de assistência social;
5) O chamado "déficit" da Previdência Social é de 1,9% do PIB, inferior aos juros pagos pelo setor público."

segunda-feira, novembro 13, 2006

Richthofen

Promotores públicos desconfiam que estão no nome de Suzane Louise von Richthofen duas bem fornidas contas num banco suíço. Uma denúncia anônima encaminhada ao Ministério Público dá como certo que as contas 15.616 e 15.6161, abertas em 1988, no DBTC, atual Union Bancaire Privée, pertencem a família Richthofen. Estima-se que essas contas abriguem pelo menos 10 milhões de euros, dinheiro supostamente desviado das obras do Rodoanel, orçada em R$ 339 milhões, mas que acabou consumindo mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos. A construção do trecho foi administrada pela DERSA, empresa da qual o pai de Suzane, Manfred von Richthofen, era diretor. Os promotores desconfiam que essas contas estejam em nome de Suzane. Se essa impressão se confirmar, acreditam que a condenada tem boas chances, uma vez em liberdade, de manter seus direitos sobre elas – e a fortuna nelas guardada. Além dos números das contas suíças, o documento encaminhado aos MPs detalha outras instituições financeiras com as quais Manfred operava. Segundo a denúncia, parte do dinheiro passava pelo Citibank. Outras duas contas correntes, ambas na Nossa Caixa, teriam recebido aportes consideráveis pouco antes da morte de Manfred. E mais: os promotores suspeitam que a viagem que o casal Richthofen fez à Suiça, um mês antes de morrer, foi exatamente para tratar das finanças aportadas no Exterior. Ainda segundo a denúncia, Manfred usou a documentação de sua filha para lavar esses milhões de reais. Ou seja, tecnicamente ela é dona do dinheiro. Os promotores, é claro, estão prontos para inquirir Suzane sobre o assunto. Nos próximos dias, tanto ela como os irmãos Cravinhos, que executaram os crimes, serão chamados para contar o que sabem. Logo após os assassinatos, Daniel, então namorado de Suzane, chegou a falar sobre essas contas de Manfred no Exterior. Ele acrescentou que Suzane fora levada pelo pai a assinar vários documentos sem saber, precisamente, a finalidade. Na bolsa de apostas internas e nos corredores da Assembléia Legislativa de São Paulo, onde um pedido de CPI para investigar o caso foi abortado, os palpites para o suposto superfaturamento do Rodoanel chegam às cifras dos R$ 100 milhões. A obra foi condenada pelo TCU. Os promotores já sabem que Manfred era reconhecido na DERSA como um expert em operações financeiras. A denúncia sobre a existência das contas no Exterior já fora feita anteriormente, três anos atrás. Na ocasião, os promotores estaduais arquivaram o processo. Desta vez, porém, eles acreditam que a história se tornou mais crível. Extremamente meticuloso, num texto de seis páginas, o denunciante expõe quem é quem no suposto esquema mafioso traçado por Manfred. Apresentam-se endereços e CPFs e, nas duas últimas páginas da carta, uma detalhada relação das propriedades da família Richthofen, as contas bancárias no Brasil e no Exterior, além dos comprovantes de empresas de Manfred que ainda estão na ativa. O processo corre em segredo de Justiça. Rica, poliglota e vaidosa, Suzane foi criada numa mansão em uma área nobre da cidade de São Paulo. Hoje, na Penitenciária de Ribeirão Preto. Mesmo responsabilizada pela morte do pai e da mãe, Suzane trava uma briga judicial com o irmão Andreas pelos R$ 2 milhões de patrimônio oficial deixado por Manfred. Andreas já recebeu R$ 300 mil pelo seguro de vida do pai.

Como um tetracampeão

O São Paulo foi ao Serra Dourada e passeou. Com menos de 20 minutos já vencia por 2 a 0, placar final, um golaço de Mineiro, de fora da área, e outro de Fabão, aos 18, de cabeça. O tricolor jogou como um campeão. Mesmo sem Rogério Ceni, mas com Bosco, sempre atento quando é preciso. E com um grupo de atletas que sabe o que fazer em campo e o que fazer com a bola, sem ninguém que deixe a desejar. Na reta final, o São Paulo não tem tratado de apenas assegurar o tetra que a cômoda vantagem lhe garante. Tem jogado bem, com atuações agradáveis de serem vistas. São Paulo e Inter, campeão e vice-campeão, honram as tradições do futebol brasileiro.

Presidente Aldo

O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se cumprimentam, durante cerimônia de transmissão do cargo no aeroporto de Congonhas, antes da viagem à Venezuela. Aldo é o primeiro comunista brasileiro que senta na cadeira presidencial.

domingo, novembro 12, 2006

Mensalão

O assessor especial de Lula e atual presidente do PT Marco Aurélio Garcia disse a Bob Fernandes, no site Terra Magazine, que o mensalão não lhe parecia "uma realidade objetiva, provada e comprovada". Sugeriu que tudo não passava de "uma construção jornalística" inspirada por Roberto Jefferson, a quem apresentou ironicamente como "uma grande reserva moral do país". Garcia é tido entre os de sua espécie como um intelectual denso, criterioso e respeitável. É o principal conselheiro de Lula para assuntos internacionais, o que não é pouca coisa. Sempre presto atenção no que ele diz. Na entrevista ao site, ele argumentou que a tese do mensalão só ganharia consistência se "o jornalismo investigativo estabelecesse conexões entre votações e a compra de deputados." Por isso, preferia ficar com a tese do caixa 2. Tô com ele e não abro!!!!

Oposição volta com tese de CPIs

Começou de novo a moda de fazer CPIs para desestabilizar o governo e criar um clima de suspeição na sociedade, para impedir que o governo aprove projetos prioritários no Senado e paralisar a administração publica. Essa é a nossa oposição, que conta com apoio de certa mídia sensacionalista e quase marrom, que sustenta e estimula essas ações. Tudo serve de pretexto. Aquilo que deveria ser a fiscalização do Legislativo e do TCU está se transformando em instrumento para lançar uma nuvem de suspeição, repito, de corrupção e conexão com o governo e com o PT, serve qualquer irregularidade ou mesmo a ausência de fiscalização ou controle de cinco, dez anos atrás. Desde o segundo turno, jornalões falavam que a oposição tenta criar uma CPI das ONGs, mas já houve uma CPI sobre isso, esse assunto é requentado. A CPI da Terra foi totalmente manipulada pela oposição com fins eleitorais e só investigou ONGs, não abordou nenhuma entidade patronal que também recebeu dinheiro público. Uma pergunta, agora vão investigar o Sistema S? É muita cara-de-pau da oposição e muito jornalismo marrom.

Exemplo de redução da desigualdade

O Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento apontou em seu Relatório de Desenvolvimento Humano de 2006, o Brasil como exemplo de melhoria da distribuição de renda, com programas como o Bolsa-Família, que transfere renda para 7 milhões de famílias vivendo abaixo da linha da pobreza, e os sucessivos aumentos reais do salário mínimo.

BUSH

Vamos passar rapidamente por assuntos relegados nessas duas semanas. George W. Bush perdeu as eleições legislativas em meio ao segundo mandato. O secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, caiu. Por que o republicano Bush perdeu o controle da Câmara e do Senado? Pelo mesmo motivo que o levou a vencer o democrata John Kerry dois anos atrás. Se vocês estão lembrados, Bush fez há dois anos uma campanha centrada em atacar Kerry como incompetente para desempenhar a função de comandante-em-chefe das Forças Armadas. Eu não me alinho entre os entusiastas da passagem do poder aos democratas. A agenda deles para nós é uma pressão permanente para que corrijamos nossas mazelas sociais e também para que contenhamos o nosso desenvolvimento, em nome da preservação ambiental. Qualquer um percebe que se trata de um nó cego. Não deduza do que eu escrevi que sou contra a preservação ambiental. Eu sou a favor. Sou a favor do desenvolvimento sustentável e sustentado. O problema nesse debate aparece quando as potências centrais querem nos impor a estagnação como o preço para que sejamos reconhecidos como um país ambientalmente responsável.

sábado, novembro 11, 2006

No Mínimo...

Da água para o vinho
Depois de Letícia Sabatella em “Páginas da vida”, Deborah Secco vai fazer papel de noviça rebelde em “Pé na Jaca”. É a Globo, aos poucos, substituindo a idéia do núcleo gay pelo de jovens religiosas em suas novelas.
O Brasil mudou
Deu no UOL Economia: “Os itens do churrasco foram os grandes vilões da cesta básica do paulistano no mês de outubro.” Ou seja, o povo reclama de barriga cheia.
Biografia
O tucano Eduardo Azeredo tinha bons motivos para querer acabar com a Internet. Não quer ser lembrado como o senador que inventou o Marcos Valério.
São Joaquim
O jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, que outro dia virou nome de presídio por equívoco do governo do Rio de Janeiro, levou novo susto com sua biografia na Internet. Consta do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira que ele nasceu no dia 19/08/1950 em Florianópolis. Peralá! O cara é carioca de Vaz Lobo e costuma dizer pras mocinhas que tem 47, no máximo 49 anos.
Vida dura
O brasileiro anda na maior dúvida: não sabe se enforca a segunda e a terça ou a quinta e a sexta no feriadão de 15 de novembro. Só se falava disso para matar o tempo de espera nos aeroportos de todo o país.
Monotonia
Eleição americana sem recontagem de votos, francamente, não tem a menor graça.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Liberdade, Igualdade e Pós-Modernidade

Umberto Eco é autor de um artigo em que examina a vida moderna através do comportamento dos fanáticos do chamado esporte bretão, jogo aperfeiçoado pelo povo da República Federativa do Brasil. Eco odeia os fanáticos do futebol, porque os vê como agentes do nacionalismo ecumênico, como "criaturas tão convencidas da igualdade entre os homens que são capazes de quebrar a cabeça do fanático da província limítrofe". Convencidos da universalidade do seu particularismo distribuem porradas nos que estão no mundo exatamente como eles, só que do lado contrário. Eco descobre no fanático do futebol, o ser emblemático da pós-modernidade, o apóstolo da homogeneidade absoluta do discurso, um ponta-de-lança da igualdade ao rés das chuteiras, que esconde sua obsessão pela igualdade mais primária sob a paixão pela cor diferente da camisa de seu clube. "Não têm sequer a noção de diversidade, variedade e incomparabilidade dos mundos possíveis". Lembrei-me de Jean-François Lyotard e de seu elogio da pós-modernidade. Ele dizia: "Não podemos mais recorrer à grande narrativa - não podemos nos apoiar na dialética do Espírito, nem mesmo na emancipação da humanidade para validar o discurso científico pós-moderno". Para Lyotard, a verdade é a parte. A fragmentação é o único caminho que pode reconciliar o indivíduo com a sociedade, parece proclamar Lyotard em sua fúria para destruir a herança do Iluminismo. Ele argumenta que as concepções teóricas, as interpretações da história são necessariamente coercitivas e dogmáticas e, pior que isso, as Filosofias da História levam inexoravelmente a humanidade ao beco sem saída da opressão e do totalitarismo. Hegel havia imaginado que a igualdade e a diferença não só seriam indissociáveis na sociedade moderna, como deveriam subsistir, reconciliadas, sob as leis de um Estado Ético. Este Estado permitiria a cada elemento preservar sua diferença em relação aos outros e, ao mesmo tempo, harmonizá-la entre si, manter a integridade do todo. Mas, as transformações econômicas das sociedades modernas e o fracasso das tentativas de impor o Estado Ético reforçaram, na verdade, a fragmentação e, neste particular, o discurso da pós-modernidade apenas conclui o que os fatos dizem. Os fatos dizem que assistimos ao declínio das Utopias, à degradação das propostas coletivas, ao memento mori das Grandes Filosofias. O mundo parece se aproximar, em sua evolução e na transformação das consciências, de um incompreensível mosaico colorido, formado por todas as torcidas de futebol que têm em comum a paixão pela bola e a dificuldade de aceitar as razões do outro. "Deixem que os outros venham a nós. Assim poderemos bater à vontade", resume Eco. O crítico norte-americano Fredric Jamenson suspeita que a passagem do período moderno para o pós-moderno significou a substituição da alienação do sujeito pela fragmentação do sujeito. Jamenson está preocupado com a incapacidade do sujeito moderno compreender o sentido do que aparece fragmentado. Para ele, a fragmentação do sujeito e de sua vida é a contrapartida da integração cega - e cada vez mais abstrata e inalcançável - promovida pelas forças "objetivas" que controlam a sociedade. Na verdade, isso significa que a transnacionalização dos mercados e da produção, dos estilos de vida e de consumo, opera sem descanso e promove a colonização da vida individual e coletiva. A lógica implacável da concorrência globalizada impõe a submissão da vida privada às incertezas de um processo impessoal que é absolutamente indiferente ao destino dos indivíduos. As empresas mudam suas fábricas para a China. Para o cidadão comum, processos econômicos incompreensíveis o arrastam ladeira abaixo. As erráticas e inexplicáveis convulsões das Bolsas ou as misteriosas evoluções das moedas são capazes de destruir suas condições de vida. Mas o consenso dominante trata de explicar que se não for assim sua vida pode piorar ainda mais. A formação deste consenso é, em si mesmo, um método eficaz de bloquear o imaginário social, impedi-lo de buscar, mediante a ação coletiva, a construção da sociedade em que se torne possível o exercício da autonomia e da liberdade.

O PODER DAS PALAVRAS

Algumas palavras adquirem um tal poder no imaginário popular que contaminam o comportamento das pessoas. Temos no Brasil um exemplo paradigmático desse fenômeno. Nos idos dos anos 70, o mundo sofreu uma enorme especulação de preços, apoiada na cartelização dos produtores de petróleo. A demanda dessa commodity por unidade do PIB é um dado tecnológico que muda com o aumento da eficiência de seu uso. Para os países importadores, a melhor forma de enfrentar o problema da necessária redução do consumo seria permitir a incorporação aos preços internos do preço do combustível importado. O objetivo da política de preços deveria ser, portanto, estimular o consumidor a reduzir a utilização de petróleo. Praticamente todos os países altamente dependentes da importação do petróleo encontraram fórmulas que impediam, com algum sucesso, a contaminação do preço do petróleo sobre o custo de vida. Nosso ajuste durou dois meses, até que alguém inventasse a palavra expurgo para caracterizá-lo. Esta adquiriu, instantaneamente, uma conotação tão dramática e poderosa que intimidou o governo e se perdeu na sua justificativa moral para malefício da inflação e do equilíbrio externo. Essas considerações são para lembrar como boas idéias podem ser destruídas pela utilização de uma palavra que, de repente, incorpora o papel do "mal" no pensamento nacional. Outro exemplo: as "despesas correntes da União" têm crescido enormemente nos últimos 12 anos: avançaram 6,1% entre 1994 e 2002 e 5,8% entre 2002 e 2006, enquanto o PIB aumentou à míope taxa de 2,4% e a população, a 1,5% ao ano. O Brasil foi aprisionado numa armadilha que impede o seu crescimento. Sua carga tributária bruta é de 38% do PIB e sua dívida, da ordem de 49% do PIB. Mas é aqui que está a tragédia. O programa eleitoral cínico, dúbio e incompetente de um dos candidatos banalizou e retirou o impacto da expressão "choque de gestão". Transformou-o no instrumento do "mal". Foi rejeitado por dois terços da sociedade, que viu nele o codinome de "corte das despesas sociais". É hora de esquecer o nome para poder executar a idéia, sem cortar as despesas sociais.

sexta-feira, novembro 03, 2006

BRASIL

No Mínimo...

Know-how
Lula aceitou o convite para ensinar Bush a ganhar eleiçôes: “Você precisa arrumar um Alckmin por aí para enfrentar, meu caro.”
Halloween do diálogo
Serginho Cabral cumpriu promessa de campanha de tomar café-da-manhã com Rosinha Garotinho no Dia das Bruxas. Os fantasmas do Palácio Laranjeiras acharam o futuro inquilino uma simpatia.
A vida como ela é
Passadas as eleições, o povo quer saber: Marcos Paulo vai ou não vai pegar a noviça rebelde interpretada por Letícia Sabatella na novela das 8?
Tá na cara!
A derrota de Geraldo Alckmin deixou Alexandre Garcia mexido. O jornalista não aparecia triste desse jeito no vídeo desde o dia em que leu notícia sobre eliminação do Brasil na Copa da Alemanha.
Vai pra casa!
Chamava atenção no palanque da derrota tucana a euforia de dona Lu Alckmin. Nem quando o marido foi eleito governador ela parecia tão feliz. O pobre do Geraldo, pelo visto, não vai ter descanso após a campanha.
Já vimos esse filme
O problema da manutenção de Guido Mantega no Ministério da Fazenda é que fica difícil falar na ‘era Mantega’ sem pensar na famosa cena de amor de “O último tango em Paris”.
Concorrência
Você trocaria a maxi goiabinha da Gol pelo hambúrguer de picanha da Varig? Só se fala disso nos aeroportos do país?